21.9.24

O Despertar

O Despertar

Milênios se passaram desde que a humanidade, em sua fuga desesperada da Terra moribunda, adormeceu em cápsulas criogênicas, a bordo de uma nave rumo a Kepler-452b, a prometida nova Terra. O despertar foi abrupto, a nave danificada e a atmosfera do planeta, hostil.
Os primeiros a emergir da letargia foram recebidos por uma selva exuberante e assustadora, onde a luz do sol se infiltrava com dificuldade, revelando um mundo alienígena e aterrorizante. A beleza enganosa da natureza escondia uma ameaça invisível, um mal ancestral que aguardava a chegada dos intrusos.
As criaturas, descritas em relatos posteriores como verdadeiras aberrações da natureza, eram a personificação do horror cósmico. Seus corpos, informes e viscosos, pulsavam com uma vida primária e brutal. Olhos múltiplos, como joias negras incrustadas em uma massa informe, espreitavam através da escuridão, fixos em suas presas. Dentes afiados como navalhas, projetavam-se de mandíbulas que se abriam de forma grotesca, revelando uma garganta úmida e faminta.
A primeira noite foi a mais terrível. Os gritos de agonia ecoaram pela selva, enquanto as criaturas, atraídas pelo calor dos corpos humanos, caçavam impiedosamente. A pele humana, arrancada em pedaços, era devorada com voracidade, enquanto um líquido viscoso escorria por suas mandíbulas.
Os sobreviventes, aterrorizados e isolados, lutavam para compreender a natureza daquela ameaça. A cada nova vítima, a descrença dava lugar ao pânico. As noites se tornaram um pesadelo sem fim, e a esperança, um luxo que poucos podiam se dar.
A luta pela sobrevivência forçou a humanidade a se unir, a criar armas e estratégias para enfrentar o desconhecido. Mas, a cada vitória, uma nova perda. A cada criatura abatida, a sensação de que a batalha estava perdida se intensificava.
Em meio ao caos, alguns começaram a questionar se a fuga da Terra não havia sido um erro, se o destino da humanidade estava, afinal, selado. A promessa de um novo lar havia se transformado em um pesadelo sem fim, onde a cada dia a morte se aproximava um pouco mais.

Viagem no Tempo: A Mãe de Hitler – Parte II

A mélia desperta na cama de uma casa simples, mas elegante, com o aroma de madeira antiga. A dor latejante em seu corpo não a deixa esquecer...