Caros leitores do Blog do Wal
Deixo-vos uma boa pesquisa sobre Capelania, para conhecimento.
Capelão é Cristãos de qualquer denominação ou religião. Porém amparado por lei precisa se identificar conforme o hospital a qual deve prestar o serviço assistencial.
Então:
É necessário possuir uma identificação para entrar no hospital. É importante tomar cuidados de assepsia e higiene pessoal.
É importante observar que o perfil de um capelão é de calma e conforto ao familiar. A fala precisa ser ponderada e até mesmo o traje deve ser discreto.
Em sua imensa maioria é um ato voluntário que amplia o trabalho eclesiástico do Servo do Senhor, que já é obreiro, diácono, presbítero, pastor e quer ampliar a atuação para se tornar um Capelão neste artigo (curso) amplia a sua condição para atuar em um hospital.
Leia com calma o artigo abaixo e Deus lhe abençoe nesta importante missão evangelística.
A
espiritualidade traduz-se em sermos seres espirituais e possuirmos
transitoriamente, um corpo físico, onde o mesmo é apenas um reflexo do
espírito.
Mesmo que o
elemento religioso esteja presente no modo como os pacientes elaboram suas
crises, muitos não têm preparo para discutir e como lidar com a religiosidade e
lançam mão de suas convicções religiosas pessoais de forma acrítica. Existe um
aumento de interesse em compreender o efeito da fé na saúde. Por isso a
capelania é praticada de modo a organizar e desenvolver um trabalho integrado
no sentido de oferecer ajuda espiritual sincronizada ao paciente. Um fator que
dificulta o cuidado espiritual é a influência do materialismo por valorizar
sobremaneira a beleza, o poder, o material, desse modo, esvaziando o ser humano
do valor que ele tem em si, como ser único, inteligente, livre, responsável e
digno. A capelania pode ajudar o paciente estando atento às suas emoções e
sentimentos, sendo isso uma importante terapia para o bem estar da pessoa, pois
o capelão lida com necessidades espirituais diferenciadas, buscando sempre o
cuidado espiritual adequado e contínuo do paciente, preservando sempre sua
privacidade. A ideia central é ressaltar a importância da capelania hospitalar,
prisional, social, militar, entre outras, dedicando a alma com competência.
Nosso Deus é incomparável em tudo e por Sua Soberania, Onisciência, Onipotência
e Onipresença, é Senhor de tudo e Senhor de todos. Queira os homens ou não o
Criador domina soberanamente, em qualquer situação, lugar e época da história.
Percebemos a constante busca das pessoas, em todos os lugares, por autoajuda, o
que pode contribuir significativamente, mas a verdadeira, poderosa e perfeita
solução está na ajuda do alto. Quantos no mundo inteiro e na história são
provas incontestáveis de tendo clamado ao Deus Altíssimo, encontraram Salvação,
Segurança e Solução. Objetivaram não apenas respostas, mas também propostas
para um novo viver; provaram o arrependimento, o novo nascimento, o perdão e a
reconciliação com Deus e com outras pessoas. Há, no entanto, um número
considerável de pessoas que não estão
convencidas da eficácia de clamar ao Deus Altíssimo, não experimentaram a
alegria oriunda do Senhor Deus, que responde às orações. Temos então, na
Capelania, a missão, entre outras, de levar a paz e a alegria do Espírito Santo
a todos os lugares e a todos os pequeninos e adultos, sábios e incultos, civis
e militares, não importando a cor, raça ou confissão ideológica ou religiosa e,
através da Capelania, apresentar este Deus, que é sem igual.
ORIGEM DA CAPELANIA
Existem duas
versões para o surgimento da capelania:
A primeira
versão diz que, o termo Capelania vem da França, desde 1700, em tempos de
guerra, o Rei costumava mandar para os acampamentos militares, uma relíquia
dentro de um oratório que recebia o nome de Capela, esta Capela ficava sob a
responsabilidade do sacerdote, conselheiro dos militares. Em tempos de paz, a
Capela voltava para o reino, sob a responsabilidade do sacerdote, que
continuava como líder espiritual do Rei, e conhecido por Capelão e o serviço
Capelania, já se estendia aos parlamentos, colégios, cemitérios e prisões.
Já a segunda
versão acredita que, Capelania não é um termo moderno. É nome dado aos serviços
religiosos prestados por oficiais treinados e teve origem nas Forças Armadas do
Exército em 1776. Conta-se que na França, um oficial Sgt. Martinho ao encontrar
um homem abandonado na rua debaixo de chuva e frio, cortou sua Capa e o cobriu
num ato de solidariedade, humanismo, caridade, ajuda e amor ao próximo. Ao
morrer, esta capa foi levada como uma relíquia para a Igreja para ser venerada.
Esta igreja recebeu o nome de “Igreja da Capa”. Daí as derivações Capela, Capelão
e Capelania.
É a assistência
de caráter espiritual, exercida por um capelão, podendo atuar em diversas
áreas. É o exercício da função extra pastoral que visa enfocar o Senhor Jesus
Cristo no contexto do Reino de Deus e não apenas de um grupo religioso. A
capelania leva a fé, a esperança e o amor (I Co. 13:13); é aperfeiçoar sua fé
com as obras (Tg. 2:22); é ser ovelha de Jesus (Mt. 25:35- 36); é uma visão
Bíblica. Tem como missão atuar através de voluntários capacitados, entendimento
espiritual, emocional, social, recreativo e educacional, sem distinção de
credo, raça, sexo ou classe social, em busca contínua da excelência no ensino e
no ministério de consolo e esperança eternos.
A capelania é uma
reunião de ensinamentos bíblicos, técnicos e espirituais voltados a ajudar
pessoas necessitadas, que pode ser uma necessidade física, espiritual ou
social.
É o agente de
Deus que presta assistência religiosa, onde tem como área de atuação: prédios,
hospitais, creches, asilos, comunidades carentes, guerras, local assolado por
calamidades, entre outros. O capelão deve agir com sabedoria e ética, manejando
bem a palavra da verdade (Bíblia) e ser preparado psicologicamente e
espiritualmente.
Assim diz a
Palavra do Senhor:
“Amarás, pois,
ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu
entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há
outro mandamento maior que estes”. (Mc. 12: 30 -31)
Perfil do Capelão
Compartilhar o
Amor de Deus através dos aconselhamentos.
Ser conselheiro
de consciência e de vocação, amigo e, acima de tudo, exemplo do que aconselha.
Esclarecer a
importância da comunhão com Deus e com o próximo.
Exortar com amor
dando orientação e levando a pessoa para uma reflexão bíblica sobre os seus atos.
Encorajar o
indivíduo a se fortalecer nos momentos de crise.
Mostrar o Amor
de Deus através das atividades e palavras do Capelão.
Lei Federal da Capelania no Brasil - Lei 6.923 art 5º inciso VII, é a assegurada nos termos da lei a pretação de assistência religiosa nos entidades de internação coletiva, civis, militares – cb 1988. Lei Estadual – RJ - 4.622 – 18/10/2005, art 1º fica o poder executivo autorizado a criar nos hospitais públicos do estado do Rio de Janeiro, o serviço voluntário de capelania hospitalar, com vistas ao atendimento espiritual fraterno dos pacientes internados e seus familiares. Lei 4.1154 – 11/03/2003 altera a Lei 2.994 30/06/1998 art 1º fica autorizado o ingresso de capelaes nos hospitais e demais casas de saúde da rede estadual e privada de todos os credos.Lei Municipal – RJ- 775 12/1985 autoriza o ingresso de ministros religiosos solicitados para prestarem assistência religiosa aos enfermos.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
A visita
hospitalar e o cuidado espiritual oferecem benefícios distintos para os
pacientes e seus familiares, com o pessoal de cuidado médico profissional e ao
próprio hospital. Muitas pessoas ajudadas com envolvimentos religiosos
frequentemente foram significativamente provadas viver mais tempo comparado a
pessoas que eram não frequentemente envolvidas. Isto quer dizer que a fé traz
impacto de bem estar prático emocional e físico. Os capelães fazem um papel
integrante de apoio e fortalecimento destes recursos religiosos e espirituais.
Estar bem espiritualmente ajuda as pessoas a moderar os sentimentos dolorosos
que acompanham a doença. Mas também há uma necessidade de cuidar do emocional
da família do paciente, que sofre angústia semelhante ou mais intensa às dos
que estão hospitalizados.
A capelania
hospitalar está diretamente relacionada às doenças que afetam o ser humano. E
doença é qualquer pertubação das funções normais do organismo. São agentes
patogênicos, hereditários ou não, que afetam o indivíduo e quebra o equilíbrio
físico, social e psicológico. Podemos classificar os estados dos seguintes
modos:
Estado
permanente – são portadores de doenças crônicas ou incuráveis.
Estar doente –
situação transitória ou passageira.
Sentir-se doente
– sintomologia de origem emocional psicológica (hipocondria).
Parecer doente –
pessoas que dão parecer de estarem doentes.
Em qualquer
estágio a doença ameaça a integridade do homem, tornando a vida mais difícil,
sem significado ou proposito, gerando na pessoa sentimentos de ira, desânimo,
solidão, amargura, revolta, medo, angustia e ansiedade, levando-a a sofrer. A
fé é uma terapia que pode curar doenças que, muitas vezes, não tem cura pela
medicina. Na capelania hospitalar você
encontrará situações onde a doença é de natureza espiritual e, sendo assim, ao
orar em nome de Jesus, o enfermo ficará curado. Se não for o caso, a oração em
nome de Jesus confortará e dará força para suportar a situação e encarar de
forma mais tranquila. Existem estágios aos quais os pacientes costumam se
comportar ao descobrir a doença:
Negação – a
pessoa fica chocada com a notícia, fica imaginando que não deve ser verdade,
deve ser engano no diagnóstico. A família é desafiada a investigar mais sobre o
problema.
Revolta – Depois
de convencer-se que é verdade. Por que eu? Por que Deus me abandonou? Situação
de desespero e revolta. Barganha – Depois de descarregar sua revolta, passa a
desejar pelo menos um tempinho mais para realizar alguns desejos. Este estágio
é chamado de pequena trégua.
Depressão –
Neste patamar, se desinteressa por tudo e praticamente se entrega à situação,
evita até mesmo visita.
·
Por onde começar?
O capelão poderá
começar visitando diretores de equipes, falar sobre a capelania para eles,
distribuindo literatura e projetos. Cada hospital abre portas diferentes, umas
mais fáceis outras mais difíceis. Tudo vai depender da sua formação,
personalidade, maneira de apresentar-se e de sua autoridade como capelão.
Algumas dicas para desenvolver o trabalho:
Trabalhar com a direção
e com os profissionais de saúde, conscientizando- os sobre o valor do trabalho;
Tendo sido
convidado ou autorizado, o capelão poderá promover uma reunião com todo o
pessoal e expor, de maneira sábia e “profissional”, a natureza e as vantagens
da capelania;
Expor o
planejamento de atividades que focalize a sua metodologia para cada área e cada
contexto dentro do hospital, inclusive para os funcionários.
Uma capelania
oficial que tem permissão da direção deve fixar os seguintes objetivos e metas:
Assistência
espiritual leito a leito (individual);
Realização de
cultos numa sala apropriada;
Atendimento a
pacientes em fase terminal;
Atendimento a
pacientes, antes de cirurgias;
Assistência a familiares;
Assistência a
funcionários em seus diversos departamentos, com breves cultos e atendimento
individual, mediante interesse e necessidade de cada um.
Capelão Hospitalar
O Capelão
Hospitalar é o religioso devidamente qualificado que cuida da assistência
religiosa e espiritual dentro do hospital. Atende não só os pacientes
internados, como também acompanhantes e toda a equipe de colaboradores da
Instituição. Ao Capelão Hospitalar cabe o cuidado com o bem-estar do ser
humano. É ele quem oferece conforto e calor espiritual, estimulando aos
pacientes/acompanhantes a confiança no hospital, na equipe de saúde e,
sobretudo, em Deus. A postura otimista do capelão também é importante, deve
manter uma fisionomia alegre, simpática e comunicativa; fará com seriedade e
compenetração, mas o seu interior deve revelar-se numa fase de otimismo e
esperança, pois o que vai proporcionar uma postura otimista diante do paciente
é a vida espiritual do visitador. Se há vida com Deus, comunhão constante com o
Espírito Santo, vai haver rosto alegre e cheio de esperança. O autocontrole
deve ser total sobre suas emoções, pois situações chocantes surgirão
inesperadamente e com frequência. Conhecer bem a sua Bíblia é ideal para ter
uma noção do todo. Existirão pessoas que serão contrárias às suas opiniões
religiosas, por isso, também se faz necessário ter capacidade para conviver com
esse tipo de situação contrário as suas. A paciência é que tem que vigorar
nesse momento, respeitando a ideia dos outros.
Visitando pessoas
A visita ao
enfermo deve minorar o sofrimento, consolar o espírito e ajudar o estado geral
da pessoa. Por isso, se o capelão estiver gripado, por exemplo, vai contagiar ainda mais a pessoa
enferma. Se não estiver se sentindo bem, vai passar um ar desânimo e de certo
modo, será tentado a falar mais da doença do que confortar o seu visitado. Além
disso, o capelão deve se manter asseado, isto é, limpo, com roupas simples e
sem exageros. Não usar perfumes que poderão provocar espirros e reações
alérgicas nos pacientes, unhas bem aparadas e limpas, cabelos bem penteados e
cuidar bem do seu hálito bucal. Para conseguir melhor limpeza, retire relógio
de pulso, anéis, lavando as mãos entre todos os dedos e até o pulso e não
esquecer de fazer o mesmo ao sair, pois as contaminações contraídas no hospital
podem ser mais perigosas do que aquelas que pode-se trazer de fora. Tudo isso
para evitar mais problemas de saúde aos pacientes.
O capelão estará
sempre orando à volta da cama ou da maca de algum paciente, mas antes disso,
ele deve estar a sós com Deus muito tempo no seu viver diário. Evite também
tocar em remédios sobre a mesa de cabeceira, nem nos tubos e instrumentos
médicos ligados à pessoa, nem mesmo tente consertar posições do paciente. Se
for necessário chame um enfermeiro. E para não transformar uma enfermaria
coletiva em uma congregação, procure visitar cada paciente individualmente.
Evite também levar qualquer tipo de alimento para dentro do hospital. E se em
algum momento chegar algum enfermeiro, dê-lhe preferência, e se necessário
retire-se da sala por um momento. Devemos lembrar que a visita não pode ser
demorada, pois o paciente, dependendo da sua situação clínica e física, pode
sentir-se cansado.
Visita a
crianças e adolescentes
A Capelania com
crianças hospitalizadas tem aspectos que não se podem prever. As situações
surgem, fora de padrão, porque estamos trabalhando não somente com crianças
que, em si, já apresentam variações muito grandes de comportamento, mas também
com o efeito das enfermidades sobre elas. Assim, o capelão de crianças deve
estar sempre se atualizando com o conhecimento da criança, com a sua vida
espiritual, e, sobretudo, desenvolver se constantemente na palavra de Deus.
Atualmente já
encontramos em hospitais, voluntários atuando no setor infantil, levando
através de brincadeiras, peça teatral, músicas, desenhos; para incentivar as
crianças. Esse tipo de trabalho voluntário evangeliza o paciente, que recebe
atenção, amor, amizade em um momento difícil de sua vida. Não é um trabalho
para visitar apenas algumas vezes, mas sim de continuidade no acompanhamento da
vida dessas pessoas. Nas visitações há louvores, orações, pregam a Palavra de
Deus contando histórias de forma bem objetiva para as crianças. Este trabalho
requer doação, dedicação, compromisso, amor e preparo. É preciso haver uma
vocação, uma chamada especial de Deus, pois não é uma profissão que se aprende
na escola. Tem que gostar de criança de verdade para ter habilidade em lidar
com os questionamentos. Ser sincero e transparente, sem se esquivar de nada.
CAPELANIA
HOSPITALAR
O PAPEL DO
CAPELÃO NA PASTORAL DA SAÚDE
Uma das maiores
necessidades do ser humano é ser compreendido. Os representantes dos hospitais
ressaltam a importante contribuição da capelania hospitalar na cura
terapêutica, como uma ação em que complementa o trabalho dos profissionais da saúde.
Os capelães
(Pastores, Missionários, Evangelistas, Padres, Teólogos), devem ter diante dos
olhos que o direito e o dever de exercer o apostolado é comum a todos os
membros do corpo de Cristo, sejam pastores ou membro e que na edificação da
Igreja, os capelães da saúde têm uma função própria. Essas funções deverão ser
desenvolvidas em união com todas as equipes eclesiástico-hospitalares. Falar de
capelania hospitalar é falar de Jesus Cristo e sua igreja, na qual Ele continua
sua obra de cura e salvação integral. Curando fisicamente o enfermo. Jesus o
devolve também á vida social, restaurando as relações com os demais e sua
comunhão com Deus. Portanto, os capelães se colocam a disposição da comunidade
e são indicados pelos seus pastores a serviço dos enfermos, quer em domicílio
(saúde comunitária) quer nos hospitais
ou ainda atuando a movimentos na dimensão político-institucional.
QUEM É O CAPELÃO
DA SAÚDE
O Capelão da
saúde é aquele que, a exemplo de Jesus, expressa o amor misericordioso de
Cristo, a solidariedade e a gratuidade com os mais necessitados. Com o seu
testemunho anuncia o Deus da vida e o Cristo que salva e se compromete na
construção de um mundo mais humano, solidário e fraterno.
Primeiramente é
muito importante que o capelão tenha uma personalidade madura e equilibrada,
tornando-se sensível e ao mesmo tempo solidário ao problema do outro. Um
capelão bem formado usará menos “receitas prontas” e mais compreensão, menos
repetição e mais liberdade com a palavra de Deus. Suas características são
muito importantes pois sempre transparecerá para os outros a identidade de
Cristo e sempre estará aberto para a compreensão do próximo.Sua identidade
manifesta da seguinte maneira: pelo sentimento de Cristo na existência humana,
pela fé amadurecida na piedade e na experiência, encarnando o ato da visita ao
doente como ação terapêutica de saúde e salvação. Sendo testemunha dos valores
espirituais, evangelizando e confortando os enfermos, orando e pregando o
Evangelho de Cristo com eles, ajudando-os a descobrir o verdadeiro sentido da
vida, sendo disponível e paciente, sabendo escuta-los com discrição e
humildade, sofrendo com os que sofrem e alegrando-se com os que se alegram,
compreendendo as reações de quem padece, respeitando a religiosidade do enfermo
sem lhe impor o próprio estilo de fé, aceitando o ritimo do amadurecimento
humano e espiritual de cada pessoa, sabendo passar da discussão á experiência
de Deus, aliviando a solidão de alguns, a angústia de muitos e abrindo a
esperança de todos, incutindo confiança em Deus e dando paz e amor a todos
sobretudo aos mais fracos. E, no amor de Cristo, ser fiel a sua missão
(visitação aos enfermos).
A PREPARAÇÃO
DO CAPELÃO
O capelão
necessita para desenvolver sua missão, de formação específica e permanente.
Formação não é o luxo que alguns podem permitir-se, é uma condição
indispensável para enfrentar hoje as situações adversas e prestar uma
assistência eficaz na direção da palavra de Cristo.
Estamos vivendo
num mundo em que todos os setores da sociedade exigem pessoas capacitadas. Desde
os trabalhos profissionais mais simples até os mais complicados, sem distinção.
No hospital,
mesmo para fazer limpeza, existe técnica e preparo. Hoje, o espaço é cada vez
menor para as improvisações. Por isso, o capelão da saúde precisa estar aberto e disposto para
este ensinamento. Como não se admite alguém que queira trabalhar como
conselheiro ou médico, simplesmente por ele ser muito religioso ou ter muita
fé, não é admissível que alguém que queira ser agente de pastoral se dê ao luxo
de ser incompetente.
É necessário que
a capelania da saúde seja assumida como uma ciência acompanhando outras
ciências, os novos modelos culturais, o progresso da técnica e o abandono de
velhos esquemas de interpretação mais adequados. Além de amor, carinho e
compaixão para com o doente, é preciso ter competência. É importante unir
técnicas e práticas. Como dizia
Kurt Lewin: “Nada pode ser
prático como uma teoria.”
A finalidade
dessa formação reside na aquisição de um estilo específico de relação e acompanhamento
pastoral aos doentes, familiares e profissionais, instituindo tanto na dimensão
espiritual como nas habilidades humanas, seguindo assim a recomendação das
igrejas cristãs.
A MISSÃO DO
VERDADEIRO CAPELÃO
Jesus confiou a
sua igreja a missão de assistir e cuidar dos enfermos, perpetuando assim a
mensagem de misericórdia. Se a igreja não se ocupasse dos enfermos, não seria a
igreja de Jesus, pois faltaria uma de suas metas essenciais,
Todos os membros
da igreja devem participar de sua missão, na qual cada um realiza sua função de
acordo com os dons do Espírito Santo. O capelão tem uma missão especial e
qualificada para atender ao doente. Porém, deve sempre agir com
corresponsabilidade junto a todos os demais membros, para assim transparecer o verdadeiro sentido
cristão ao enfermo em que está servindo.
Essa missão
qualificada deve ser bem entendida, pois sempre que usamos a palavra missão,
surgem em nossa mente alguns conceitos:
> Poder para
fazer algo; > Encargo;
> Obrigação;
>
Compromisso.
Todos esses
conceitos implicam duas conotações:
>
Superioridade (alguém capaz, superior, preparado, escolhido) > Inferioridade
(fazer somente o que lhe pedem).
No entanto,
participar efetivamente de uma missão implica, além de equilíbrio, tomar
iniciativas, exercer a criatividade, agir com flexibilidade, coerência e
autenticidade.
No trabalho
missionário da capelania da saúde, não é anormal o capelão sentir-se estranho,
mesmo dentro da própria equipe de capelania, nas atividades pastorais da
igreja, casa e principalmente junto ao leito do doente do hospital. Num mundo
em que as maiores preocupações estão voltadas para as necessidades materiais do
homem, parece sobrar pouco ou quase nenhum espaço para a evangelização. Mas é
importante lembrar que “nem só de pão viverá o homem”. Portanto o complemento
do capelão se torna importante na assistência adequada e completa ao doente.
A
ESPIRITUALIDADE DE CAPELÃO
Uma vez que
Cristo, enviado por Deus Pai, é fonte e origem de todo o apostolado da igreja,
torna-se evidente que a fecundidade do apostolado leigo depende de uma união
vital com Cristo. “Quem permanecer em mim e Eu nele, este dá muito fruto,
porque sem mim nada podeis fazer”. JO 15.5.
Essa vida íntima
com Cristo na igreja alimenta-se por meios espirituais, comuns a todos os
cristãos, principalmente na participação na igreja.”O que fizerdes por palavras
ou por ação, fazei-o sempre em nome do Senhor Jesus Cristo, dando a graças a
Deus Pai por Ele.” CL 6.17.
O capelão é
chamado a aceitar e integrar suas próprias feridas, os aspectos negativos da
vida e transformá-las em fonte de saúde para os outros. Isso ajudará na
aproximação dos enfermos com um coração acolhedor, pleno de compreensão,
respeito e amor.
O serviço aos
enfermos é um autêntico encontro com o amor
misericordioso. Não se pode realizar sem o sacrifício e sem renúncia,
pois num mundo marcado pela propaganda e por informações de toda espécie,
percorrida por discursos e apelos religiosos variados, dos mais contraditórios onde existem tantos mestres, o
evangelizador deve testemunhar a espiritualidade própria, seguindo os exemplos
do grande mestre Jesus Cristo.
Deve
abandonar-se e entregar-se nas mãos de Deus, doando-se sem esperar recompensas,
superando as contradições, sabendo compreender todas as situações, estando
aberto e disponível a todos, sacrificando-se e sendo sensível ás necessidades
de cada um.
Os capelães da
saúde expressam o amor que o Senhor tem para como os mais necessitados. Com seu
testemunho anunciam o Deus da vida e se comprometem na construção de um mundo
mais solidário.
“Estive enfermo
e me visitaste” Mt 25.36. A presença de Deus junto aos enfermos, faz de nosso
serviço aos doentes um ato de culto. Isso, porque Deus não vai perguntar a
quantos cultos você foi. Não podemos ignorar a importância da participação nas
celebrações, porém que seja o resultado da manifestação de amor e solidariedade
para com o outro. Por isso, o elemento
essencial de espiritualidade que todo cristão deve assumir é a oração. Pois a
oração o levará aos poucos, a ver a realidade com um olhar contemplativo, que
lhe permitirá reconhecer Deus em cada instante e em todas as coisas;
contempla-lo em cada pessoa, procurar cumprir sua vontade nos acontecimentos.
Na avaliação do trabalho, o capelão da saúde não deve guiar-se unicamente por
critérios de eficácia e de êxito. Purificará constantemente suas motivações e,
nos momentos difíceis, em que se sente desanimado e impotente, reforçará sua confiança
no Senhor, o único que pode salvar. O capelão da saúde terá Cristo Jesus como
modelo de serviço, realizando-o com disponibilidade e fidelidade.
A ORGANIZAÇÃO
DA CAPELANIA HOSPITALAR 1-A COORDENADORIA ADMINISTRATIVA
Os serviços da
capelania hospitalares levaram a atualização de propostas à superintendência
para a criação de canais atualizados e ágeis de comunicação para assuntos
administrativos e operacionais. O hospital das clínicas, sob controle de líderes
religiosos (capelães, pastores, padres), exige entrosamento com a administração
superior da autarquia para assuntos administrativos e disciplinares, sem
prejuízos de liberdade para desenvolver atividades religiosas. Consta do artigo
632 do regulamento desse hospital (Dec. 9.720/77): “os assistentes religiosos
subordinam-se diretamente ao superintendente. Para agilizar as atividades da
capelania, a superintendência criou a Coordenadoria Administrativa da
Capelania, composta por dois padres e dois pastores. É o serviço religioso mais
antigo do hospital”.
É importante
deixar claro que não deve existir nenhuma submissão por parte do capelão titular, responsável pela
coordenaria do hospital, a capelães e
visitantes religiosos. Ele é autoridade local e cabe a ele a direção e
coordenação dos trabalhos de capelania hospitalar.
FINALIDADES DA CAPELANIA
A capelania tem
por finalidade oferecer assistência espiritual e religiosa aos pacientes,
familiares e funcionários, por meio de ações religiosas específicas. Para
atender a essa necessidade, o serviço religioso possui uma sala, e as
celebrações são realizadas num anfiteatro.
ATRIBUIÇÕES DA CAPELANIA
> Manter
presença junto aos doentes, procurando oferecer toda solidariedade, conforto
humano e espiritual, respeitando a individualidade e as convicções religiosas
de cada um;
> Ajudar os
pacientes para que a passagem pelo hospital sirva para uma revisão e/ou
descoberta e aprofundamento do sentido da vida;
> Servir de
apoio aos familiares em situações críticas de sofrimento;
> Garantir a
presença da religião junto aos profissionais da saúde ajudando- os a descobrir
o valor humano e espiritual do seu trabalho;
> Desenvolver
uma ação de ajuda espiritual, fazendo que os profissionais de saúde,
independente de seu credo religioso, reconheçam os valores espirituais dos
pacientes;
> Ser um
agente facilitador para criar um clima de amizade, fraternidade, compreensão e
colaboração entre os profissionais dos diversos setores;
> Celebrar
cultos e missas junto com pacientes, familiares e profissionais da saúde;
> Estar
presentes nos eventos festivos e celebrativos promovidos pelo hospital.
O CAPELÃO NO HOSPITAL
A capelania
hospitalar hoje, por ser uma exigência da igreja, tornou-se integrantes das
diversas capelanias competentes. Porém, não devemos querer transportar para o
hospital os mesmos métodos empregados em nossas igrejas. Lá, enquanto as
pessoas vão ali em busca de Deus, no hospital, elas vão buscar de saúde.
O hospital
moderno é uma instituição complexa que desenvolve diversas funções:
> assistência
aos enfermos;
> Promoção de saúde;
> Promoção de saúde;
> Prevenção
das enfermidades;
> Investigação de doenças
> Investigação de doenças
Ao mesmo tempo,
se torna uma instituição comunitária, pois conta com um número cada vez maior
de profissionais assegurando um serviço permanente todos os dias do ano, e
dispõe de instalações e aparatos de tecnologia sofisticados.
Portanto, aquele
que se prontifica a fazer esse trabalho, além de prestar um serviço de caráter
voluntário, que em geral começa como curiosidade, com o tempo passa a
compreender seu apostolado, dando sentido ás suas próprias vidas.
O HOSPITAL
È um campo todo
especial de apostolado, no qual se entra em contato com os mais diferentes
tipos de pessoas em situações especiais, e onde se apresentam os casos mais
complicados e avançados de doenças que exigem intervenção e solução em regime
de urgência. Por isso, embora a capelania hospitalar esteja intimamente ligada
a capelania geral e dela dependa, no ambiente hospitalar ela deve assumir uma
autonomia própria e ter muito bom-senso.
O hospital é a
instituição mais tradicional destinada ao serviço da saúde e dos cuidados
destinados ao outro. É um vivo reflexo da sociedade, de seus conflitos e
contradições. Ali se concentram os mais diferentes tipos de pessoas:
> Doentes
> Familiares
> Familiares
>
Profissionais (médicos e enfermeiros)
É um lugar de
trabalho para os sãos e de esperança e saúde para os doentes. Ali há uma
realidade em que situações conflitantes e opostas se aproximam: > vida –
morte;
> cuidado –
descaso;
> sorriso – lágrimas;
> calma – tensão;
> sorriso – lágrimas;
> calma – tensão;
> tristeza –
alegria;
> dor –
alívio;
> esperança –
desespero;
> culpa – perdão.
> culpa – perdão.
Estes opostos se
tocam e por vezes, se unem perigosamente e frequentemente. Tudo isso faz com
que o hospital, que deveria ser um local de repouso e descanso, acabe se
tornando um local onde agitações, expectativas e angústias se fazem presentes.
Daí a razão de até o número de visitantes ser limitados, mesmo por familiares.
Assim sendo, as
pessoas que trabalham como capelães hospitalares de saúde que necessitam
conhecer em profundidade o mundo hospitalar, podem encontrar alguma dificuldade
para adaptação. Nesse sentido, é importante lembrar que a primeira finalidade
do paciente no hospital não é atendimento espiritual ou de conversão e sim de
recuperação da saúde. Isso não significa que o hospital exclua quaisquer
atividades religiosas ou proíba que o doente tenha assistência religiosa.
Inúmeros hospitais reconhecem e dão importância a essa assistência, a própria
Constituição Federal Brasileira garante o direito do paciente de receber visita
de seu representante religioso. O que não garante é que o hospital deva ter um
capelão interno constantemente.
É assegurado, nos termos da lei a prestação de assistência religiosa nas entidades civis, militares e de internação coletiva”. Art. 5º p.VII. No entanto, não fica clara a possibilidade de igrejas desenvolverem trabalhos dentro de hospitais, mas somente atendimento a quem solicita. O Diário Oficial do Estado de São Paulo, de 13 de Abril de 2000 reza o seguinte em seu Art.3º.
“Cabe a cada
dirigente das Unidades de Saúde de internação coletiva de natureza autárquica
e/ou privada sob sua responsabilidade, realizar o cadastramento das
denominações religiosas e o credenciamento de seus representantes (capelães),
bem como estabelecer as normas internas relativas ao acesso e permanência dos
representantes credenciados das denominações religiosas cadastradas, em
consonância com suas pessoalidades”.
Um hospital de
uma congregação religiosa por exemplo, pode tranquilamente admitir somente o
serviço religioso da sua denominação. Nesse caso, as visitas de outras
denominações religiosas, somente serão permitidas em caso de solicitação de
algum paciente, pois os hospitais em geral, não aceitam um serviço religioso
que não esteja de acordo com a realidade ou regimento interno. Não admitem os
chamados proselitismos religiosos, ou seja, tentar convencer o doente de que a
única religião certa é aquela em que eu acredito e sirvo. Não aceitam
propagandas de credos e muitas menos manifestações religiosas que perturbem a
tranquilidade do ambiente e desrespeitem outras crenças.
Além dos
aspectos referentes aos diversos credos, o capelão precisa atentar para alguns
detalhes muito comuns que interferem no trabalho juntos aos doentes, tais como:
trazer alimentos ao paciente e assentar-se na cama do doente ou outra cama que
esteja desocupada.
Esses, dentre
outros procedimentos devem ser evitados. Caso você queira fazer algo assim é
bom antes entrar em contato com a equipe de enfermagem. É importante lembrar
que nós ficamos pouco tempo com o paciente, e por isso, é difícil saber sua
real situação e do que ela está precisando.
O CAPELÃO
Primeiramente, é
importante ressaltar que a atividade de um capelão no hospital em geral, é
totalmente diferente da equipe médica. O primeiro passo é abrir espaço para o
trabalho e a inserção da equipe de saúde, pois o capelão procura cuidar dos
casos mais urgentes e atuar como um “supervisor espiritual”, e proporcionando
momentos formativos para com quem ele trabalha ou pretende trabalhar.
Deve ser
presença visível nas unidades de internação e setor administrativo e ter sempre
disponibilidade para o atendimento, não só dos pacientes, mas também dos
familiares e dos profissionais.
Portanto, o
capelão deve atuar como um verdadeiro facilitador, ou seja, facilitar o
relacionamento do doente com seu próprio mundo, com Deus, com seus familiares,
com os profissionais da saúde e, por fim, com sua convicção religiosa.
OS DIFERENTES
PAPÉIS DO CAPELÃO NO HOSPITAL
Um primeiro
papel representado pelo capelão é o “simbólico”, ou seja, nossa identidade como
capelão despertará nos doentes dois tipos de emoções:
> positiva >
negativa
Observação: Tudo
isso depende das experiências do doente vividas no dia-a- dia hospitalar.
Positiva: Caso o
doente já tenha vivido experiências boas de igrejas, é lógico que a presença do
capelão despertará nele emoções positivas, tais como:
Que bom que você
veio;
Você me faz
lembrar-se de Deus;
3-Sinto que Deus está ao meu lado;
4-Tenho muita fé, etc.
3-Sinto que Deus está ao meu lado;
4-Tenho muita fé, etc.
Negativa: Caso o
doente seja acético, materialista adepto de seitas místicas, mentais ou de
sociedades que não tenha a bíblia, ou nenhum tipo de deus, ou ainda, que tenha
se decepcionado com alguma igreja cristã. A presença do capelão despertará nele
emoções negativas tais como:
1- Olha, se Deus
existe, estou com muita raiva Dele e de igreja;
2- Acho que é melhor não perder
seu tempo comigo;
3- Eu até
acredito em Deus, mas não acredito nem participo de igreja;
4- Deus deve estar
ocupado com o universo e se esqueceu da terra.
Conversando com
a pessoa, pode-se descobrir quais são as emoções presentes neste contexto. Caso
a reação seja positiva, a tarefa do capelão será facilitada. Porém, se as
emoções forem negativas, o que deve fazer? Dizer até amanhã, virar as costas e
sair? Ignorar suas emoções ou ficar na defensiva e omissa?
Nenhuma coisa
nem outra, a melhor coisa é dar ouvido as suas queixas. Só depois tentar
colocar algo novo. Por exemplo, fazendo-o entender que talvez tenha tido uma
experiência ruim, porém isso não significa que com todos sejam assim. Não é
porque alguém construiu um prédio torto, que todos os engenheiros não prestam.
Não é porque você teve uma experiência ruim de igreja no passado que todos os
outros membros são ruins. Nossa presença poderá fazer o doente mudar sua
maneira de pensar. Portanto, ao defrontar com situações semelhante, você não
deve se aborrecer. Não é você o culpado por tais relações.
O segundo papel
representado pelo capelão é de “confrontar”. Neste papel três habilidades são
muito importantes:
Habilidade de escutar:
Escutar não
somente o que o doente fala, mas também o que ele não diz, com palavras, ouvir
os medos, as angústias, dores, sofrimentos, esperança, desapontamentos e também
as alegrias. Isso porque, ser ouvido por alguém é sentir-se importante. Ninguém
ouve de fato aquilo que não interessa.
Habilidade de
tornar-se irmão do doente:
Relacionar-se
com as pessoas na situação em que elas se encontram sem se preocupar em fixar
as necessidades delas. Por isso, muitas vezes não devemos fixar as necessidades
religiosas. Talvez seja oportuno partilhar primeiramente as necessidades
humanas do doente.
Habilidade de
ser orientador espiritual:
O capelão deverá
ter habilidades para perceber como a pessoa está encarando a própria doença.
Como seu modo de relacionar-se com a doença de certa maneira, refletirá sua
maneira de relacionar-se com Deus.
O terceiro papel
é ser “observador”. O capelão deve observar as reações do doente para com Deus,
de acordo com a doença. A visão que ele tem de Deus poderá ser passageira. Por
isso, como orientador espiritual, o capelão não deverá se comportar como um
“advogado” de Deus e não deverá se preocupar em dar apenas soluções ou
orientações espirituais para o doente.
O quarto papel é
o de facilitador. Nos dias atuais, talvez, este seja o papel mais importante a
ser desenvolvido pelo capelão. Nos hospitais encontramos pessoas nos momentos
difíceis da vida. Costuma-se dizer que no hospital temos de cuidar exatamente
aquilo que não deu certo na vida:
A - acidentes
que aconteceram durante os passeios;
B - Exageros na
bebida que acabaram provocando acidentes;
C - Atacado por alguém ou por algum
animal;
D - Doenças que
tiram as pessoas do trabalho;
E - Queda grave;
F - Machucou-se
praticando esporte;
G - Tentou suicídio;
H - Acidentou-se
(no trabalho, em casa, na rua, em viagem, etc.);
I - Envenenado;
J - Queimaduras.
NORMAS DO
CAPELÃO NO HOSPITAL
Antes de
entrarmos neste assunto, é bom lembrar que: o doente não está no hospital
porque quer. Por mais pessimista que se manifeste, este nutre uma esperança de
receber alta e voltar logo para casa.
Apresentamos
aqui algumas possibilidades referentes aos diversos tipos de pessoas que o
capelão se deparará:
> Pode ter
adoecido de uma hora para a outra e é recém-chegado ali;
> Está para fazer ou se recuperando de uma cirurgia;
> Está para fazer ou se recuperando de uma cirurgia;
> Sob
observação médica;
> Estar em estado terminal;
> Estar em estado terminal;
> Desenganado
pela medicina;
> Ser o
acompanhante de algum doente;
> Com doença
incurável, mas sob controle;
>
Momentaneamente no hospital, porque tem que fazer exames ou outros
procedimentos periodicamente.
Como afirmamos
anteriormente, embora seja um trabalho voluntário, o capelão deve possuir uma
filosofia de ação. Por isso, antes de iniciar qualquer atividade pastoral é
preciso ter claros os objetivos que requer atingir. A partir desses objetivos,
elaborar normas que devem ser observadas. As normas devem ser elaboradas de
acordo com as diferentes realidades de cada hospital. Aqui apresentamos um
modelo usado no hospital das clínicas.
Ao visitar o
doente:
> Permaneça
no apartamento, quarto ou enfermaria e não nos corredores;
> Converse em voz baixa, assuntos agradáveis e de interesse do doente;
> Converse em voz baixa, assuntos agradáveis e de interesse do doente;
> Procure não
agir como visitador repórter, que só faz perguntas para matar a sua curiosidade
pessoal. Levar notícias alegres e agradáveis ao doente;
> Seja um bom
ouvinte, portador de vida e esperança ao doente, ouça atentamente o que ele tem
a dizer, e não fique somente falando. Aliás, fale menos e ouça mais.
> Respeite o
silêncio que deve haver dentro do hospital, porque o hospital e a igreja têm
muita semelhança. No hospital, Cristo se faz presente na pessoa do capelão
(visitante).
> Não sente
na cama do doente. Utilize cadeiras ou sofás.
> O fumo é
causador de doenças. Não fume dentro do hospital e não leve cigarro para o
paciente.
> Não leve
criança para visitar doente. Preserve a saúde delas e a tranquilidade do
enfermo.
> Não sirva
alimentos ao doente sem permissão da enfermagem. Para crianças da pediatria não
se deve levar guloseimas.
> Respeite os
profissionais que trabalham no hospital.
> O visitador
deve retira-se do quarto caso coincida com a visita do médico da enfermagem.
> Ao visitar o doente, não demonstre medo ou repugnância pela enfermidade.
> Evite
relatos de casos ou doenças semelhantes.
> Saiba
escutar, estender-lhe a mão e sorria para ele.
> Tenha
caridade em demonstrar o amor que tem por ele. Evite mentiras, diálogos sobre e
a fé e a esperança.
> Tenha
empatia com o doente. Coloque-se em seu lugar para entende-lo.
> Guarde sigilo do que o doente lhe confiar.
> Guarde sigilo do que o doente lhe confiar.
> Ore com
ele, por ele e pela sua família.
> Não
interfira no tratamento indicado. Não dê qualquer medicamento ou suspenda os
receitados pelo médico.
> Tenha a
sensibilidade de perceber quando o doente está cansado e necessitado de
repouso.
> Procure conhecer
a família do doente.
> Mostre que
a igreja está interessada em sua saúde.
> Descubra os
valores do doente, seus interesses, suas aspirações.
> Mostre bondade e mansidão com doentes e sua família.
> Mostre bondade e mansidão com doentes e sua família.
> Em tudo
tenha discrição e bom-senso. Transmita alegria e confiança, seja breve sem ser
afobado ou apressado. Lembre-se por estar fazendo um serviço aprovado por Deus,
é sinal de que ele está no controle de tudo.
> Não faça
gritaria, festa ou barulho junto ao doente, mantenha um ambiente de paz,
harmonia e silêncio.
> Respeite a
dor do paciente e não a negue.
> Evite frases como:
> Evite frases como:
“É da vontade de
Deus”
“Deus quer
assim” “Aceite esta enfermidade”
“Você deve é
estar pagando algum pecado”.
> Melhor
mesmo é deixar o doente falar, pois provavelmente, ele passa a maior parte do
tempo sozinho.
> Converse
com o enfermo somente sobre temas agradáveis.
> Não fale sobre doenças
> Não fale sobre doenças
> Use um tom
de voz moderado.
> Abstenha-se
de beijar o doente, bem como utilizar copos ou xícaras de seu uso. Você poderá
estar levando outros germes perigosos até ele.
O QUE NÃO DE
DEVE DIZER AO DOENTE
> Não fale do
aspecto exterior do doente, que piorou desde a última vez ou que ele está com
aparência péssima ou de defunto. Lembre-se: o enfermo é susceptível a tudo e
comentários assim só pioram sua situação.
> Não faça
perguntas incômodas, principalmente sobre os sintomas da doença.
> Não dê
conselhos médicos nem dê uma de psicólogo. Às vezes dizer “tenha paciência” é o
mesmo que dizer “seja masoquista”
> Não conte
suas experiências com enfermidades.
> Não leve
comida ou doces para o doente. (A maioria dos hospitais indica o que se pode
levar ou deixam levar frutas).
> Não diga ao
enfermo que não se importa com sua ausência no trabalho ou na igreja.
> Não diga ao
enfermo que seu substituto da empresa é ótimo funcionário. O capelão hospitalar
seve em o nome de Cristo Jesus, o Salvador, e coloca- se á disposição dos
enfermos para conforta-los na fé e atende-los em suas necessidades não o contrário.
PSICOLOGIA DO ENFERMO
COMO O PACIENTE
DEVE SE COMPORTAR DIANTE DAS SUAS DOENÇAS?
O DOENTE E
SUAS CRISES
Todo doente é um
ser único, especial, com reações próprias, conforme sua formação e
personalidade. Ao vermos uma pessoa que sofre de um mal físico, costumamos nos
deter apenas no corpo, esquecendo-nos de que o doente deve ser visto como um
todo, no sentido psicológico e espiritual. Às vezes, o interior está mais
machucado do que o corpo.
O doente não é
uma maquina a ser consertada, mas uma pessoa que foi atingida por doença.
Apesar de continuar a amar, a odiar e a pensar, não está a mesma de sempre. O
ritmo de vida é violentamente cortado e passa a ter as atenções voltadas para
si, buscando todas as formas de reequilibrar sua saúde e vida normal.
De um lado, o
corpo doente, com suas fraquezas e limitações, percebe sua fragilidade; de
outro, seu espírito está com toda vitalidade, mas é incapaz de fazer algo por
si. Essas duas forças incompatíveis o atormentam, gerando crises de comunicação
consigo mesmo, com o espaço e o mundo, com a família, com os amigos e até mesmo
com Deus.
CRISE CONSIGO
MESMO
Com saúde, a
pessoa é um todo inabalável, que reage e supera obstáculos. Quando doente, o
corpo passa a ser um empecilho para se viver à vida em liberdade. O diálogo
entre o corpo e espírito se rompe e fica difícil de reatar, pois as forças
opostas que agem (espírito são / corpo doente), fazem com que o doente, muitas
vezes, não entenda a si mesmo e não saiba como reagir na doença.
Para o doente, o
mundo se fecha repentinamente e ele vê sua integridade ameaçada. Para tentar
manter ou recuperar seu equilíbrio, lança mão racional ou instintiva de
mecanismos de defesa ou ajustamento. Ex: sublimação, alienação, fuga,
literaturas espirituais, etc.
No lugar de uma
vida cheia de ocupações com a família, os amigos, o trabalho, sem limites de
horizontes, o doente se vê agora fechado em um quarto, sem saber por quanto
tempo e se sairá dele vivo.
Quando o doente
não tem reservas espirituais ou alguém que o ajude, ou quando seus mecanismos
de autodefesa falham, dificilmente sairá sem marcas dessa crise que poderá
afeta-lo profundamente pelo resto de sua vida, de acordo com a gravidade do tratamento.
Torna-se um mero
espectador de tudo o que se desenrola e não mais ator. Não tem condições de
realizar nada sem ajuda de outros, ás vezes nem mesmo suas necessidades
íntimas. Olha tudo de longe e não tem certeza se voltará às suas ocupações
normais.
CRISE COM OS AMIGOS
O relacionamento
com os amigos sofre uma quebra, pois poucos são os que continuam juntos na hora
da doença. Mesmo assim, aqueles com quem costumava conversar de forma alegre e
descontraída, mudam para uma fala pausada, medida, tensa e preocupada. Isso às
vezes, pode deixar o doente ainda mais triste e desanimado.
Muitas vezes não
conseguimos passar ao doente o otimismo que pretendemos, não conseguimos fazer
com que ele se sinta o mesmo de antes. Em casos de internamento, podem surgir
novas amizades, mas estas nem sempre satisfazem. Pois são marcadas pelo
sofrimento.
CRISE COM A
FAMÍLIA
Não são poucas
as vezes em que ocorrem problemas de ordem familiar quando há uma pessoa
adoentada. Se for jovem ou adolescente, geralmente “senhor” de si mesmo, vai
sentir-se mal, recebendo tantas atenções. Sente-se como que fosse um peso.
Sendo adulto,
chefe de família, rompe-se a normalidade do lar. Não há quem mande, quem pague as contas, acerte
compromissos assumido ou faça as outras coisas que deveriam ser feitas por
adultos e estão paradas.
Sente-se
humilhado, pois precisa receber cuidados de pessoas que estão deixando seus
afazeres para atende-lo.
CRISE COM DEUS
É fácil crermos
em Deus quando gozamos de boa saúde; difícil é mostrar fé quando estamos
doentes. Nos momentos de provação o doente se pergunta o porquê daquilo
acontecer com ele. Acha que Deus o abandonou e que não está presente. Não
consegue ver que Deus está, de certa forma, em todas os que cuidam dele e que
vivem o seu sofrimento. Na Bíblia, a história do patriarca Jó reflete bem essa
situação. Ele se entristece, é acusado por amigos, perde todas as suas posses e
10 filhos, se questiona, mas não abre a boca contra Deus. A crise com Deus
costuma ser a reação inicial de todos os doentes. Até que consigam voltar ao equilíbrio,
esta crise será tanto mais grave, quanto mais grave for a doença e, portanto,
podendo acarretar maior afastamento de Deus.
PACIENTES EM
FASE FINAL DE VIDA
Como você
reagiria se um medico chegasse para você e lhe disse-se: Aquelas dores que você
está sentindo de uns tempos para cá, infelizmente são graves. Nós vamos fazer
exames, tentar todos os tipos de tratamento, mas nada posso garantir.
Você levaria um
choque, com certeza, principalmente sendo jovem, uma jovem mãe de família, um
homem no auge de sua vida e de sua carreira profissional, um jovem que aspira
um diploma de curso superior e está prestes a consegui-lo.
Vejamos as fases
pelas quais passa um doente, desde que sabe que tem um mal incurável até o
desligamento final que precede à morte. Estas fases podem seguir está ordem ou
não. Não há regras.
As fases que o
doente, em fase final de vida atravessa, são mais ou menos estas:
Repulsa –
Negação:
É uma autodefesa
instintiva da pessoa repelir e negar a doença. Com isso suspende-se o impacto
brutal e a pessoa vai se adaptando, se conformando ao fato tão cruel. Devagar,
também, o doente vai conseguir a coragem, a força, e o ânimo que precisa para
aceitar a realidade.
Cólera
O aborrecimento
e a raiva explodem às vezes com blasfêmias, que devem ser vistas mais como
perturbação interior do que real revolta contra Deus. É comum a reclamação:
Porque eu, que tenho família para cuidar, filhos para criar e não aquele
velhinho que está doente a tanto tempo? Se a doença é mortal e altamente
infecciosa, dizem: Vou levar muitos comigo também!
Depressão
Quando a cólera
e a repulsa se esgotam, vem a depressão. A pessoa toma consciência mesmo da
doença e vê que não há como manter à morte a distância.
Quando o
paciente enfrenta sérios problemas pessoais e com a família, fala
compulsivamente e com preocupação. Se, no entanto, sente sua personalidade se
desmoronando, fecha-se em si mesmo em longos períodos de silêncio, mergulhando
em pensamentos tenebrosos e tristeza profunda. Dizer-lhe que não fique triste é
prejudicial, pois todos ficamos tristes quando perdemos um amigo. Imaginem,
então, um doente que está prestes a perder todas as coisas e as pessoas que
ama. Se ele expressa sua dor, fica mais fácil aceitar a situação. Devemos
manifestar solidariedade de diversas formas como carinho, atenção, compreensão
ou simplesmente silêncio.
O CAPELÃO E O
PACIENTE TERMINAL
Um dos problemas
mais comuns encontrados na prestação de ajuda a quem está perto da morte é que
parentes e amigos não sabem por onde começar. Dificuldades semelhantes encontra
também o capelão hospitalar, pois a assistência aos moribundos é uma arte que
se aprende mediante uma longa preparação que visa tanto um modo de ser quanto à
aquisição de capacidades bem determinadas.
O capelão
procurará, portanto, criar um clima de confiança por meio de contatos contínuos
com os doentes, sobretudo num ambiente não muito religioso. Franzoni afirma
que: “O caminho proposto no acompanhamento do moribundo pode se resumidamente
descrever da seguinte maneira:
O sofrimento sem
amor é desespero, mas se estiver unido a uma experiência de amor, adquire em si
mesmo e ajuda a abrir-se aos outros e, portanto, ao outro Cristo-Amor de
oblação, em que se deve fundamentar a própria esperança autêntica.
Dentro dessa
perspectiva, a condição preliminar para ajudar o paciente é a compreensão de
seu mundo e o testemunho do capelão, a escura atenta da canção doce e tristes
que ele entoa. Essa escuta não se limita à compreensão de suas palavras. Os
gestos exprimem de modo mais profundo.”
É fundamental
também que o capelão entenda sua condição de mortal. Ninguém pode pretender ser
um verdadeiro mensageiro de valores de vida, um verdadeiro companheiro de um
moribundo, se não é capaz de enfrentar sua própria condição de mortal, tendo em
si, a verdadeira palavra de Cristo para transmitir e confortar o paciente.
COMO AJUDAR UM
PACIENTE EM FASE TERMINAL
O primeiro ponto
a ser destacado no acompanhamento ao paciente terminal é, sem dúvida a
solidariedade da presença, pois aquele que está para morrer sente a necessidade
da proximidade tranquilizante de alguém. O que mais importa na assistência ao
moribundo é provavelmente uma presença percebida como amiga, fraterna e compreensível,
de apoio e disponibilidade, acompanhada pela aptidão de ouvir, atender,
interpretar corretamente o que o doente pode eventualmente desejar exprimir,
direta ou simbolicamente. É importante saber se o paciente quer ou não ser
ajudado. Saber também se não existem outras pessoas que estejam ajudando ou
propensas a ajudar. Talvez o doente, por uma questão de empatia ou simpatia,
tenha mais afinidade com determinadas pessoas.
O capelão deverá
obter algumas informações sobre o doente e sua situação clínica, não para
trata-lo de maneira diferente e sim para trata-lo com maior naturalidade e sem
excesso de compaixão. Por meio de diálogo com a família do doente deve se
procurar saber o que ele gostaria de fazer. Escutar é sempre importante. Esse é
um presente valioso nessas horas e que sempre se pode oferecer, porém, saiba
que é importante dosar o tempo de escuta. Não é oportuno visitar um dia e
depois passar muito tempo ou mesmo não retornar mais. Talvez seja oportuno
fazer visitas mais curtas e mais frequentes. O bom-senso e o grau de amizade
com o enfermo marcarão os tipos de conversa e o tempo adequado para cada uma.
TERMOS TÉCNICOS
Moribundo ou
paciente terminal deve ser entendido como a expressão anglo-saxônica “terminal”
que indica uma situação de morte não tão próxima quanto o vocabulário português
dá a entender. Na realidade, o paciente terminal deve ser entendido como
enfermo acometido de uma doença crônica, cujo prognóstico é ruim com lento declínio
progressivo das funções fisiológicas normais. Mas as estatísticas confirmam que
certa porcentagem de doentes considerados terminais ou desenganados pelos
médicos conseguem se recuperar totalmente e retornar ás suas atividades normais
e nunca mais têm sequelas e morre muitos anos depois por outro motivo qualquer.
A MORTE E O MORRER
Nenhum
subterfúgio pode evitar a dureza de um caso sério e a morte é um caso sério.
Apesar disso, os vivos registram radical aspiração para viver e radical aversão
á morte. Há uma música que traduz isso corretamente: “Ninguém quer a morte, só
saúde e sorte”.
A ciência, que
procura a todo custo prolongar a vida, muitas
vezes prolonga é o processo do
morrer, ou seja, prolonga o sofrimento da pessoa. Acrescenta-se a isso que a
vida, muitas vezes, agride a própria vida para sobreviver. Sem contar as
aplicações de remédios e produtos químicos. Enquanto houver esperança...
No mundo moderno
são acentuados os valores do êxito, da produtividade e da vida. Isso faz que
esqueçamos quase completamente de pensar na morte e naquele que está morrendo.
Parece que a morte é colocada fora da vida social. Semelhante ao que acontecia
em relação ao sexo, que era considerado tabu antes de Freud, acontece com a
morte nos dias atuais. Apesar de a ideia da morte estar presente em todos, ela
é assunto proibido em quase todos os ambientes.
Um dos motivos
do afastamento da morte é, sem dúvida, a mudança do local em que ela se dá,
hoje 70% das pessoas morrem nos hospitais. Isso fez que ela não fosse mais um
evento da existência familiar e cotidiana, relegando-a para ambientes externos
nos quais se cuida da saúde. Para a medicina a morte é considerada como uma
falência das terapias usadas e um resultado completamente negativo. A exclusão
da família, dos amigos, e com frequência do sacerdote (pastor, padre ou
capelão) acentua a solidão.
Por isso, tanto
para o cristão, como para o judeu ou ateu, testemunha de Jeová, espírita,
seguidor de candomblé, ou mesmo para aqueles que têm outras filosofias de vida,
a morte é sempre difícil. Seria um equívoco afirmar que o cristão encara a
morte tranquilamente. Ela é uma realidade, e nós temos dificuldades para lidar
com o desconhecido.
A morte é o mais
terrível caminho de separação. É um perder os próprios objetos de amor e romper
as ligações afetivas mais importantes. Os apegos aos objetos de amor sobre os
quais se apoia a própria identidade são:
A família;
O trabalho;
A relações
afetivas;
Os projetos;
A casa;
Os hábitos;
Os pontos de
referências;
O próprio corpo;
A imagem de
si;
Autonomia;
As raízes;
Os estudos;
Dinheiros a
receber;
O passado;
COMO ENCARAR O
LUTO
É importante
lembrar que o deslocamento do lugar da morte (da casa, do hospital) provocou um
distanciamento da morte, sem contar que a tecnologia moderna nos dá “esperança”
de livrar-nos de morrer. Esquecemos que, biologicamente, se por um lado a morte
destrói a vida, por outro a favorece. Se ela não existisse, teríamos de
estancar os nascimentos, e o gosto pelo viver acabaria trazendo um desgosto por
não poder morrer.
A morte é também
geradora de vida eterna para os que acreditam numa vida do além. Alguns a
chamam de “passagem” outros dizem “ir dessa para melhor”, outros dizem que “foi
uma pessoa boa e que vai reencarnar numa vida melhor” e há quem acredita até
que vai para outro planeta. A cura que a tecnologia tem prometido é limitada no
tempo, apenas paliativa e age na tentativa apenas de adiar a morte. De qualquer
forma, a curiosidade será plenamente satisfeita e cremos que, quando morrermos
começará a vida prometida por Cristo, que é eterna: “Esta é a vontade do meu
pai que todo homem que nEle acredita tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no
último dia”. JO 6.40.
O QUE DIZER E
FAZER NO VELÓRIO
Um dos primeiros
passos é enfrentar o choque que a morte provoca. Por mais que os familiares
esperem, a morte acaba sempre trazendo um choque violento. Portanto respeite
reações sentimentais tais como:
a- Choro;
b- Grito;
c- Angústia;
d- Revolta.
Essas reações
são dirigidas aos profissionais, instituição e até mesmo contra Deus. Nesse
momento, antes de qualquer julgamento, o mais importante é ser presença
acolhedora. Não diga nada, só ouça.
O segundo passo
é reconhecer que não conseguiremos, num primeiro momento, preencher o vazio que
provoca a perda. O que podemos fazer é colocar-se á disposição das pessoas e
tentar visualizar quais são as necessidades mais urgentes do momento. Quando a
situação estiver aparentemente sob controle, o capelão poderá deixa-los sozinhos,
pois é
muito importante
estar no velório ou mesmo fazer uma visita, assim que puder. Porém, tenha
certeza de que o mais importante você já fez, que é levar a palavra de Deus
para confortar os familiares.
Estava nu, e me
vestiste; estive enfermo, e me visitaste; preso e Fostes ver-me” MT 25.36.