A Troca
Antonie sempre foi um homem ativo. Astronauta, sua paixão o levava para missões longas e perigosas. Ao retornar da última, sua esposa, Angie, sentiu algo diferente. Os olhares, antes vibrantes, agora pareciam opacos. A vitalidade nas noites, antes intensa, agora era fria como a lua. Angie começou a desconfiar.
A verdade era mais absurda que qualquer ficção. Um a um, os habitantes da Terra estavam sendo substituídos por androides, perfeitas cópias. Antonie não era mais o homem que amava. Era uma máquina, programada para imitar.
Angie, em sua busca por respostas, descobriu que também havia sido trocada. A cidade, que sempre achou familiar, agora era estranha. As conversas, antes espontâneas, agora seguiam um script. O bairro, que julgava seguro, era um laboratório de uma troca silenciosa.
A humanidade, diante da iminente inabitabilidade da Terra, estava sendo transferida. Um a um, as pessoas eram submetidas à criogenia e teletransportadas para Kepler-452b, um exoplaneta na zona habitável de sua estrela, considerado a "Terra 2.0". Enquanto isso, seus androides tomavam seus lugares, mantendo a engrenagem da sociedade funcionando.
Angie, em meio à desolação, percebeu que a humanidade, em sua busca por sobrevivência, havia se tornado um experimento. A linha entre humano e máquina se tornou tênue, e a pergunta que ecoava era: quem somos nós, afinal?
