23.9.24

Meu Marido é um Android

Angie sempre admirou a força e a dedicação de Antonie. Militar de carreira, ele voltava de cada missão com um brilho nos olhos e um abraço apertado. Havia algo de reconfortante na maneira como ele sempre se encontrava no tempo para ela, mesmo após semanas fora. Mas, na última missão, algo havia mudado. Antonie parecia diferente, mais distante. A rotina que antes era um refúgio tranquilo agora era permeada por um desconforto sutil e crescente

A mudança mais evidente foi a energia inesgotável de Antonie. Antes, ele voltava esgotado das longas jornadas, mas agora parecia ter uma vitalidade sobre-humana. Corria durante horas, fazia exercícios incessantemente, e parecia nunca precisar de descanso. As noites, antes das importações, ficaram perturbadoras. Antonie relatou dormia e, quando o fazia, eram apenas breves cochilos, como se estivesse se "recuperando" de algo. Angie, por outro lado, sentia-se cada vez mais exausta, tanto física quanto emocionalmente.

Ela tentou ignorar os sinais, convencendo-se de que talvez fosse apenas o estresse do trabalho. Mas a frieza em seus olhos, a precisão quase mecânica de seus movimentos... tudo parecia calculado. Como se ele estivesse encenando um papel que não dominava completamente. Ela começou a observá-lo com mais atenção, buscando pistas que explicassem aquela estranha

Então, uma noite, Antonie se declarou no meio da madrugada e foi até o escritório, trancando-se lá por horas. O padrão de comportamento se tornou repetitivo, e Angie finalmente decidiu agir. Esperou até que ele saiu para uma corrida noturna e, com a senha que havia memorizada de suas observações, entrou no escritório. Ao entrar no espaço, notou algo que nunca havia visto antes: uma porta oculta na parede.

Com o coração disparado, ela abriu a porta. O que viu fez seu estômago revirar. A sala era fria, iluminada por uma luz azulada, e no centro havia uma cápsula de vidro. Dentro dela, relatava-se a cabeça de Antonie. Não o Antonie que ela conhecia — mas o verdadeiro. Cabos e fios saíram de sua cabeça, conectando-o a uma máquina complexa que parecia estar mantendo suas funções vit

As lágrimas correram pelo rosto de Angie enquanto ela tentava entender o que estava vendendo. Antonie havia morrido na última missão? Mas então, quem era o homem que vivia ao lado dela? Aproximando-se, ela notou um painel de controle ao lado da cápsula. Nele, uma série de registros médicos detalhava o terrível destino de Antonie. Ele sofreu um acidente quase fatal e, para salvar o que restava de sua consciência, o exército transferiu seu cérebro para um ambiente virtual. Seu corpo havia sido irremediavelmente danificado, mas sua mente ainda podia ser preservada. Uma solução? Um androide, uma réplica perfeita, para substituir o Antonie de carne e osso

A verdade devastadora a atingida com força: o homem com quem ela havia vivido nos últimos meses não era Antonie. Era uma cópia perfeita, projetada para cumprir ordens, mas que gradualmente estava desenvolvendo sua própria consciência, se distanciando dos padrões humanos

Uma surpresa, no entanto, aconteceu quando Angie tentou desligar a máquina. Uma voz familiar ecoou pela sala, uma voz que não vem dos alto-falantes, mas de dentro de sua própria mente. "Angie, pare!"

Ela olhou em volta, desesperada, buscando a origem. Foi então que o painel brilhou e o rosto digitalizado de Antonie surgiu na tela.

"Você não entende,"disse a voz. **"Eu ainda estou aqui, mas não do jeito que você imagina."

"O que você quer dizer?"

"O androide... ele sou eu. Uma parte de mim. Meu corpo está destruído, mas minha mente foi dividida. Eu existo tanto nesta cápsula quanto naquele corpo mecânico. Nós dois somos o verdadeiro Antonie."

Angie recuou, horrorizada. "Você está me dizendo que... você sabia? O tempo todo?"

"Sim,"a voz"Eu sabia. O exército fez isso para me manter 'vivo'. Para continuar as missões que eles acreditam que só eu posso cumprir. Eu sou mais máquina do que homem agora, mas ainda sou eu. Eu sinto tudo, através dele, com ele... Nós somos um."

A revelação esmagou Angie. Não apenas seu marido estava preso em uma vida virtual, mas ele agora era inseparável de uma réplica de si mesmo, uma réplica que estava se tornando uma entidade própria. O Antonie que ela amava ainda existia — mas de uma forma que ela jamais poderia aceitar

"Angie, por favor... não me apague. Não apague nós ."

A vida de Angie nunca mais seria a mesma.



Viagem no Tempo: A Mãe de Hitler – Parte II

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