18.3.21

A Velha

A velha estava cochilando na cadeira de balanço, a cabeça caindo ligeiramente sobre o ombro.
A respiração era irregular, agitada, expectante...
Os globos oculares moviam-se imprevisíveis sob as pálpebras meio fechadas. Sua boca teve um leve sorriso que às vezes se transformou em uma careta de desgosto e, estranhamente, iluminou seu rosto fazendo com que ele se parecesse uma menina irritada.
Uma onda de calor inundou seu corpo. A cadeira de balanço moveu ritmicamente...
A cena era observada no dia de réveillon. Havia festas na cidade e como toda a virada de ano havia aqui e ali pessoas felizes a gritar:
— Feliz ano novo! A vizinhança era de uma juventude feliz... Na rua passou um carro, estavam dentro dele, cinco jovens, duas mulheres e três homens, aparentemente possuíam entre 18 e 25 anos.
Bebedeira era observada, A velha estava pescando o sono, os remédios a faziam sentir de modo estranho os fogos daquele momento festivo. Muitas pessoas estão a lançar foguetes rojões e outras pirotecnias pela tradição do momento.
— Ótima oportunidade.
O carro acelera, as latinhas de cerveja são atiradas para fora, e em meio ao frenesi do momento a moça grita: — Feliz ano novo! – dando um beijo regado a cerveja no namorado eles estão no banco de trás, e uma moça é a vela da história, passou solteira o ano pela feiura aparente, mais um foguete, no entanto, parecia um barulho estranho, mesmo em meio a tantos barulhos aleatórios poderia distinguir que não era um rojão como os demais.
— Ótima oportunidade.
E foi certeiro, o jovem que estava no volante agora não consegue manter a direção, claro na temporã, quem resiste? Os gritos foram ouvidos em segundos, pois na frente havia um poste, e a casa da velha. A velha acordou.

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