13.2.17

10 Um poema

Capítulo 10
Um poema
No outro dia acordo, melhor seria não acordar, os sonhos (sonhos não pesadelos) foram com aquele crápula, não sei o que passou na minha cabeça, como estava cega, ele disse que me amava, esse celular (Lara liga o celular e vai nas fotos) vou apagar todas as fotos deste Tomás, não quero nada que lembre ele na minha vida... Acredita até escrevi um caderninho de poemas com todos os nossos encontrinhos, tudo guardava nele, ela vai embaixo do colchão e lá esta o caderninho, -Meu Deus como tive coragem de ficar escrevendo alimentando um amor que não existia...
Passo na cozinha, -Bom dia filha, como esta, olho para a mãe e digo, só estarei bem quando eu queimar isto. -O que é isto? -É o meu caderninho de poemas que escrevi para o Tomás, minha mãe continuou estática tomando o café. -Filha querida a gente cresce com as desilusões não vou falar mais nada amada e veio e me beijou na testa, -Se você se sentirá melhor queimando isto queime lá fora, mas cuidado para não se queimar. Estou aqui fazendo minhas limpezas, depois vamos sair passear no mercado o que acha? -Esquece filha, vai achar hinos para a mocidade, mude o foco. -Queime essa recordação e vamos pra frente, bola para frente filha, foi um erro, mas passou.
-Olhava minha mãe toda generosa, e pensava em contar fiquei super com desejo de dizer tudo que rolou na casa da Carla, a minha mãe, eu estava brigada com ela, mas agora via que era ela que tinha razão, fui e abracei ela chorando (para de chorar Lara, falava pra mim mesma, mas não conseguia!) -Pare de chorar filha, pode ter certeza que o safado deste Tomás nestas horas deve estar jogando seu charme para outra despercebida. Ainda bem que acabou sem nada de grave ter ocorrido. -Quando ela falou assim, gelei toda! -Será que ela desconfia de algo? Bem, vou lá queimar isto, pense mãe que fiquei madrugadas escrevendo isto.
Fui sentei na grama, e comecei a arrancar folha por folha, as vezes curiosa, lia os escritos, mas amassava, começava a odiar minha perda de tempo com aquilo. -Como eu fui tão boba, ninguém me beliscava, me dizia: -Pare com isto Lara, a sim, a Lorena e a mãe sempre me alertavam deste rapaz, mas ele disse que me amava: -Como pode sair daquela boca tantas palavras de carinho e ontem tudo aquilo? e aqueles olhos azuis, me desejando e ontem me jogando para fora como um trapo velho? E amassava com mais ódio os inofensíveis papeis. Meus olhos azuis, meus lindos olhos azuis, esse escrito não tenho coragem. O poema era este.
Nos seus olhos azuis me perco deveras
O amor para mim nasceu
Minha vida doce agora te espera
Venha tome posse do que é seu...
E continuava todo doce e cheio de entrega o poema, que Lara dobrava com todo o cuidado guardando no seu sutiã, não queria que ninguém vesse, e ascendeu o fogo que queimava os papéis ela olhava aquele fogo consumir todo o esforço de três meses de tórrido romance. E queimava e queimava, ela deixou queimando, e estava voltando para a casa, de repente lhe passou de voltar, e voltou, o fogo estava quase se findando, então ela retira o poema que queria guardar de recordação: -De você Tomás não quero nada, nem este escrito. atacou alimentando o fogo que consumia o ultimo papel apagando-se, e Lara disse, -Página queimada na minha vida.
Filhinho eu te amo

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