Identidade
Um conto de Ficção científica Comum creative
Sentou. Sentiu o vento forte incomodar lhe os olhos. Respiração ofegante, mãos trêmulas, garganta seca, suor na face, coração acelerado. Permaneceu calado. Ergueu a cabeça, fitou o firmamento. Era impossível esquecer o frenesi de instantes atrás.
Armas em punho, olhos nos olhos, o frio na barriga de todo embate prestes a começar. Lançou-se sobre o ágil inimigo que esquivou com facilidade e contra-atacou. Defendeu-se com destreza. O sorriso maquiavélico nos lábios do inimigo davam sinais de uma batalha desigual. A fluidez dos movimentos do seu rival era impressionante. Ataques, defesas e esquivas iam se somando dois lados sem sucesso. Respirou fundo, hesitou. Grande distância entre os dois. Com um enorme salto foi atacado, defendeu o golpe com a braçadeira do braço direito, fazendo a arma do inimigo deslizar para fora de seu corpo.
Tão forte o ataque desferido fez com que a sua lâmina fosse ao chão bem como aquele que a carregava.
Olhos estalados, coração batendo forte, rastejando de costas para fugir do fim que se aproxima. Anos de treinamento, meses nessa missão e tudo isso para que? Morrer estupidamente há centenas de milhares de quilômetros da sua terra natal? Nem ao menos seu corpo será levado embora dali. Armas brancas não eram sua especialidade. Pensamentos sombrios.
Do lado oposto de pé e triunfante, ar zombeteiro. Uniu suas lâminas. As rodeava com maestria. Dará fim a mais um inimigo da coroa, seu velho e cansado pai ficará orgulhoso. Futuramente o reinado será seu. Não só aquela nação mas também várias outras. O futuro lhe pertence.
O som de seu sabre, agora único, cortando o ar se misturam a sua voz:
— Olhe nos meus olhos e sinta a alegria da misericórdia. Será morto pela lâmina de uma reles princesa de uma pequena nação de um planeta -anao, esperava um pouco mais de você, viajante perdido- foi o que disse a voz rouca e irônica antes do salto final.
Enterrou suas lâminas no peito do seu algoz, sorriu. Doce engano era apenas o exoesqueleto bio-mecânico e estava vazio. Fora dele o homem era talvez a metade do tamanho da magnífica criatura, o sorriso deu lugar ao embaraço e em seguida ao desespero. Tentava se desvencilhar do exoesqueleto prestes a explodir.
— Talvez isso seja um pouco mais minha princesa? Disse sarcástico. Acionou os propulsores. Já estava do lado de fora quando tudo foi para os ares. A explosão colocou abaixo o grande palácio suspenso e pôs fim a mais uma empreitada.
Aquela não era a primeira vez que matava alguém, mas com certeza era a primeira vez que estava tão perto da morte e enfrentava um inimigo tão hábil. Também era a primeira vez que foi convocado para uma missão especial depois do duro treinamento a que foi submetido. Pela primeira vez atuava sozinho em solo hostil.
Seguiu olhando as estrelas. O imenso satélite do pequeno planeta davam uma aparência ainda mais fenomenal aquela noite estrelada. Ficou ali pensando de qual lugar daqueles ele teria vindo, era difícil distinguir.
Rompeu o silêncio e informou no rádio:
— UC aqui Ecko uno.
— Prossiga Ecko uno- disse a voz mecânica.
— Missão cumprida com alterações.
Ecko uno o comandante deseja lhe falar.
Outra voz entrou no canal de comunicação, parecia preocupada:
— O artefato está com você?
— Sim senhor, comandante.
— Bom trabalho garoto prossiga com a UC.
A voz robótica voltou a linha.
— Qual foi a alteração Ecko uno?
— Tive que explodir o exoesqueleto para cumprir a missão.
Nome e modelo do exoesqueleto, e qual avaria?
— Magnuz 176.3.1, explodido e abandonado.
— OK, obrigado e aguarde, a equipe de ex-filtração chegará em breve. Fique em segurança e ligue seu localizador reserva.
— Entendido. Nada mais tenho apago.
— UC desligando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário