Lara Precisa Morrer
Waldryano
1 - Lara
Minhas preocupações me fazem ficar sem atenção para atender neste escritório onde trabalho de Recepcionista.
— Boa tarde, gostaria de falar com o Senhor Orlando.
— Tem hora marcada?
— Sim tenho.
Retiro do meu bolso o relógio do meu avô, e penso novamente que preciso sair mais cedo. Olho para a agenda e encontro o nome daquela Senhora, parecia muito formal, com um vestido feito todo de um tecido caro que não recordo o nome. Moro em Londres e não conheço nomes de tecidos!
Ela foi e entrou no escritório, parecia longa a conversa. Quando vi que não dava mais pra esperar, bato de leve a porta, e entro, a senhora parecia estar sendo examinada na nuca. Coisa estranha, deixei minhas neuras e pedi o que precisava.
— Senhor Orlando, desculpe a intromissão, preciso visitar o Harry.
Estava bastante abatida, meu marido encontrava se com uma misteriosa doença, e a cura parecia cada vez mais longe de se concretizar.
Naquela semana, passei no hospital, meu marido tão jovem e belo estava passando por espasmos de dor, seus olhos azuis eram um reflexo de sofrimento.
— O Senhor Orlando, sempre por perto me ajudando nestes momentos.
Mas o pior aconteceu. Era inevitável, mesmo com toda as ervas medicinais, e a medicina envolvida, parecia algo sem controle. O médico, sempre frio, tentava apaziguar a situação.
Não sei se é meu momento, mas vejo as pessoas com um ar tão centrado, deve de ser estes tempos que estou vivendo...
Vestidos, sempre foram o meu fraco, terei que correr às pressas para comprar um vestido preto afim de receber os familiares, algo tão real e imaginário ao mesmo tempo. A despedida do meu marido, estou em cacos: — Como será isto?
O médico escreveu no prontuário o horário da morte, e fechou a porta, deixando me com ele.
Não gosto nem de imaginar no modo decomposto que terei de entregar o corpo do meu amado Harry, — O que fazer? nem sei por onde começar.
Ao abrir a porta para ir fazer as coisas práticas da vida.
Sou surpreendida com o Senhor Orlando.
Ele me abraçou, parecia frio, a pele dele sei lá, mas aceitei comovida com a sua atitude, pois ele sempre foi respeitoso comigo. Nem sei bem o ramo de negócio, sei que é uma tecnologia experimental, o escritório cujo qual trabalho.
— Lara preciso te contar algo.
Eu não queria saber de nada, eu só queria chorar e despedir-me do meu marido era inevitável o que estava acontecendo, era um pesadelo e estava eu inserido nele.
— Posso ajudar o seu marido...
Me desvencilhei daquele oportuno abraço e agora estava totalmente transtornada com a situação.
— Pode? Você não compreende? Meu marido acabou de morrer...
E mais uma leva de choro, estava acabada.
— Você precisa confiar em mim. Não conte a ninguém da morte do seu marido.
— O quê? Como não contar a ninguém?
Logo que ele terminou, surgiram duas pessoas de preto atrás dele e perguntaram assim:
— Pronto?
— Ainda não...
O meu patrão Orlando me levou a uma sala ao lado. Parecia sem ação, mas o que ele começou a me contar me deixou totalmente sem chão e transtornada.
Meu mundo caiu naquele momento, como assim robô?
— Não é bem um Robô Lara, será o seu marido...
— Meu marido está morto e eu preciso fazer as coisas necessárias para me despedir dele.
Orlando me olhava com aquele ar de superioridade, que somente os chefes sabem demonstrar.
— Harry, Harry, pobre Harry, tão jovem eu posso traze-lo de volta. Mas você tem que decidir isto e rápido, as atividades cerebrais dele devem ser preservadas para fazermos a passagem.
Parecia me num conto de terror. O certo é que o ar que meu marido respirava e pulsava-lhe os pulmões já não era observável.
Neste momento, entrou uma moça na sala.
— Precisamos ser rápidos Senhor Orlando.
— Traga-o aqui... Disse O Senhor Orlando para aquele elegante mulher.
Eu retruquei a afirmação.
— Deixe o meu marido onde está! Respeitem a minha dor, isto está me parecendo uma brincadeira de mal gosto!
— Calma, você já entenderá...
Entrou uma maca, coberta com um lençol. Não era o meu marido, mas parecia muito com ele.
Ele foi me explicando cada passo daquela estranha criatura.
Abriu uma espécie de compartimento, que demonstrava um emaranhado de cilindros pareciam tubulações tudo perfeitamente encaixado em algo que eu não compreendia.
— Seu marido terá veias de vapor se assim permitir.
E continuou mostrando, e explicando que era um ciclo contínuo.
— Neste lugar, dizia ele.
Será o aquecimento (era uma espécie de serpentina) aqui que acontece a mágica. O alimento do seu marido será somente Água.
Sentei, era muita informação.
— Você não compreende! Disse enfurecida, eu não quero um robô com a cara do meu marido eu quero o meu marido de volta.
E ele retirou o lençol do rosto daquele boneco tecnológico.
— Tomei a liberdade de deixá-lo idêntico ao seu marido. Lara, você sempre foi uma funcionária exemplar, merece este presente.
Eu levantei e queria sair daquela sala.
— Eu quero o meu marido de volta.
— Eu quero o meu marido de volta-a-a!
Estava fora de mim. Orlando veio e me contou que as transmissões cerebrais precisavam ser feitas o quanto antes para que surtisse efeito e a replica seria idêntica seria como se o meu Harry ressuscitasse.
— Você precisa tomar a decisão e agora.
Veio a moça elegante novamente.
— Precisamos fazer a passagem urgentemente senão perderemos as condições cerebrais....
2 - Harry
A cidade onde moro, é um local um bocadinho diferente, primeiramente, a Londres aqui descrita está no alto, e segundo a Londres é uma sobrevivente, como outras capitais.
2 - Harry
A cidade onde moro, é um local um bocadinho diferente, primeiramente, a Londres aqui descrita está no alto, e segundo a Londres é uma sobrevivente, como outras capitais.
Dês de que surgiu uma mutação destes tardígrados fomos praticamente proibidos de conviver no planeta, este monstro que é gigantesco, e se abastece de raios, parece querer acabar com a raça humana, e para sobreviver vivemos no alto.
Nosso transporte são cápsulas que são dispersas por emaranhados bem engenhados, de propulsores a vácuo.
Nosso transporte são cápsulas que são dispersas por emaranhados bem engenhados, de propulsores a vácuo
A nossa locomoção é onde estou agorinha mesmo com o meu novo marido.
— Harry você está bem? Sente-se bem?
— Sim sinto-me. Por quê da pergunta?
Ele olhava fixamente para frente e sua postura ereta denunciava que não era a mesma pessoa.
Eu aceitei-o depois da passagem, pois eu o amo mais do que tudo não poderia perde-lo simplesmente perde-lo.
— Por que você está chorando? perguntou aquele ser que tinha o corpo do meu marido, a voz do meu marido, mas eu bem sabia que era uma coisa.
— Você consegue chorar?
— Sim, olhe, e esboçou uma lágrima. Calma vai dar tudo certo eu sou o Harry tenho todas as lembranças dele, e agora você terá que se acostumar com esta nova realidade.
E se achegou a perto dela de modo assustador, tentando esboçar uma intimidade, disse assim: -Sou uma versão melhorada do Harry você verá...
Salva pelo gongo nossa cápsula chegou iria visitar a minha mãe, na casa dela. Em minutos fizemos uma viagem de milhares de quilômetros!
*
— Filha, que saudade, disse ela. Nossa o Harry está com uma cara ótima, você sempre exagerada dizendo que ele estava no leito de morte.
Quando a minha mãe comentou ela foi nas bochechas dele e apertou, parecia que naquele momento cairia por terra aquele disfarce, mas não a pele dele era bem engenhada, parecia real.
— E também está com a pele ótima, quando que vão me encomendar o meu netinho?
Ela foi na cozinha e trouxe uma xícara de chá, e abriu as cortinas da casa. A casa era uma redoma redonda de vidro que deixava ela suspensa, como as outras casas também. Em baixo uma poeira estranha, e mais abaixo, aparecia o tal monstro que andava naquela terra devastada. A mãe de Lara dá uma golfada no chá, e repete.
— Com nossa situação atual, ter filhos é bastante preocupante não é? Os noticiários dizem que aqueles malditos monstros se alimentam de matéria orgânica, e lá embaixo cada vez mais escasso está a matéria orgânica animal, provavelmente eles começaram a perceber que acima da cabeça deles há o alimento: — Nós.
Sentei com o Harry e conversei um pouco as ansiedades da minha mãe, ela morava sozinha e a minha companhia enchia ela de alegria. No entanto, eu estava um pouco paranoica, pois até mesmo minha mãe estava numa postura ereta. Estava vendo coisas, certamente.
Fui ao computador, ao lado da porta, e fiz as coordenadas para voltar para minha casa, era necessário fazer com uma antecedência, para a programação fazer o direcionamento na tubulação do propulsor que adentrava naquele emaranhado de tubos. Feito isto, veio a estimativa.
Dois minutos. Esperaria mais dois minutos para voltar para a casa.
Olhei de longe e vi o Harry conversar com a minha mãe. Achei muito estranho a intimidade dos dois. Na cápsula retornei a ele perguntando. Ele sempre monossílabo desconversou. Disse que precisava recarregar. Estava desacostumada com a nova realidade.
Chegamos em casa e a rotina voltou a minha vida. Trabalho, serviço e casa.
Meu marido, trabalhava para uma empresa de computadores, expressava-se sempre dentro de um escritório. Eu quando com ele sempre tentava perguntar, como era aquela nova realidade, ele sempre desconversava. Não parecia o meu Harry.
No serviço, prestava agora mais atenção nas pessoas, e caia a ficha do que se tratava
No serviço, prestava agora mais atenção nas pessoas, e caia a ficha do que se tratava. Robôs. Aquele lugar na nuca que vi na mulher certo dia, era a entrada de um reservatório de água, tão importante para aquele mecanismo.
Na casa, realmente, as noites com o Harry foram diferentes, ele parecia outra pessoa em todos os aspectos, mas por outro lado era muito mecânico, e eu estava ficando grilada com aquilo.
Via o noticiário, aquele monstro estava se proliferando de modo alarmante, deixando a população do planeta bastante apreensiva. Tempestades eram sinal de desastre, pois raios eram absorvidos pelo monstro e já havia capitais inteiras dizimadas. Nossa segurança parecia ameaçada, pois fazer cidades suspensas já não era um meio de se esconder dele.
— Bom dia Lara, vendo notícias na hora do serviço?
— Ah, desculpe Senhor Orlando. É que é bastante assustadora as notícias não é?
— Sim, este monstro esta cada dia aumentando a população, e a forma orgânica esta quase toda extinta sobrando somente nós, ou melhor você humana, disse ele dando uma risadinha. Como todo o resto, mecanizada.
— Como assim?
— Ah, deixa pra lá. Como esta o seu novo Harry?
Eu olhava para o Senhor Orlando ainda absorvendo as suas palavras anteriores...
— Bem, parece diferente, ser sempre correto, as vezes até chateia. Mas aprendo a me acostumar.
— Ah, traga-o aqui que podemos fazer algumas melhorias, mas ele é exatamente a cópia perfeita do seu Harry e isto é bom.
E entrou dentro do escritório, daquele modo polido de sempre.
Deitada, o sono custava a vir, olhei para ele. Perguntando se ao menos poderia fingir dormir. O mesmo fechou os olhos.
Quando acordei, assustadoramente o vi segurando o meu pescoço. Ele disfarçou e disse que eu estava tendo um pesadelo violento. No outro dia estava com ele na sala do Senhor Orlando, precisava passar aquela informação urgentemente, pois era um absurdo o que me pareceu, naquela noite.
Entrei com o Harry, e o Senhor Orlando mandou eu fechar a porta, estava completamente só com aqueles dois.
*
E a mutação genética, foi o tornando carnívoro, a ponto de ir se alimentando de toda a forma orgânica que existia na sua redondeza.
E a mutação genética, foi o tornando carnívoro, a ponto de ir se alimentando de toda a forma orgânica que existia na sua redondeza. E também foi aos poucos dizimando tribos africanas.
A peculiaridade deste terrível predador é ele absorver raios, e expelir um gás tóxico denso e cegante.
Sabendo disto os grandes centros do mundo foram se preparando para sobreviver a esta nova realidade.
Caldeiras de forças eram criadas, tubulações de vapor de média e alta pressão disponibilizava a energia necessária, e as cidades estavam se preparando para fugir de uma extinção.
Foram feitos expedições para se livrar daquele monstro, que se reproduzia de modo alarmante. Sem sucesso. Ele era altamente resistente e absorvia energia.
Descobertas foram feitas sobre energia elétrica. Porém leis bastante severas proibiam o seu uso, pois a tal criatura, sentia a presença de tal energia e se aproximava, para absorve-la.
A tecnologia começou a investir pesado no vapor, Cidades foram criadas, em meio a tubulações, a caldeiras e válvulas e flexíveis.
A tecnologia de propulsores a vácuo, garantiu a movimentação entre localidades, tendo em vista que o gás expelido pelos tardígrados tornava o ar poluído, era necessário este tipo de transporte.
Dutos de vidro, em cápsulas eram engenhosamente dispostos num emaranhado bem calculado.
A alimentação era fracionada nesta realidade, vinha em doses estabelecidas, por cápsulas que proporcionava a quantidade ideal de alimento. Tudo de origem vegetal.
Mas o noticiário sempre comentava que aglomerado de pessoas era proibido, e a forma orgânica aos poucos estava sendo extinta do planeta. Lara sempre lia sobre tal informação apreensiva.
*
Era ele Harry que segurava o braço de Lara, ela tentou se desvencilhar, no entanto a força era sobre humana, travava-lhe
Era ele Harry que segurava o braço de Lara, ela tentou se desvencilhar, no entanto a força era sobre humana, travava-lhe. Socos e pontapés: Inúteis.
4 - Lara, precisa morrer
Abro meus olhos, tento movimentar meu corpo, nada feito, parecia-me paralisada, e agora observo que um refletor de luz incide no meu rosto, olho para o lado e observo alguns robôs em volta de mim. Uma lágrima surge no meu rosto. Penso em gritar, fecho os olhos tentando esperar passar tudo aquilo. Certamente deve de ser um terrível pesadelo.
Agora abro novamente os olhos uma movimentação se dá a frente de um painel.
Fico a escutar. Parecem estarem esperando algo.
Abro novamente os olhos, e observo que estou presa, por braceletes de couro, movo a minha cabeça, para o lado, o corpo continua paralisado.
— Acordou? Diz o robô Orlando, novamente com a máscara que o trazia humanidade.
Volta a atender um painel, parecia pinos de madeira.
Ele coloca as mãos cruzadas, parecia um ser humano em meio a aqueles robôs, olhei para o lado Harry agora era totalmente frio e estático.
Eu ainda não tinha tentando falar, o medo tomava conta de mim. Neste instante esmiucei umas palavras.
— O que eu estou fazendo aqui. E por que não consigo me movimentar?
Orlando continua olhando aquele painel feito com vários pinos de madeira. Parecendo ignorar a minha pergunta.
— Está vendo este painel? São os últimos seres humanos do planeta. Cada cidade redoma, onde ainda existe pessoas orgânicas como você Lara, estão neste exato momento sendo capturado para fazermos a passagem de modo orquestrado. Quando todo este painel estiver com seus pinos abaixados, é sinal que todos os seres humanos que ainda restam neste planeta irão estar prontos para fazer a passagem.
— A passagem? Esticava meu pescoço a sensação era terrível.
— Sim, alguns como você por algum modo ficaram imunes ao vírus que facilitaria as coisas, a doença misteriosa.
Veio a moça com o cabelo alinhado e aplicou a injeção que me fez apagar.
...
Abri novamente os olhos e o Orlando me observava sentado numa cadeira de descanso. Ironicamente parecia uma máquina diferente das demais. O que me assustou e muito foi ele ter um animal bastante estranho nas suas mãos que parecia um daqueles animais de estimação que eu lera nos livros antigos. O mais apavorante é que era uma miniatura do monstro que assolava este planeta.
— Pronta para fazer a passagem? Disse de modo natural e assustador...
O monstrinho observando que movimentava a cabeça ficou feroz seus olhos brilharam uma luz fluorescente, e seu corpo parecia envolto a pequenos raios, parecia sentir a minha presença.
— Calma Hollow, o alimento já está a caminho.
O monstrinho parecia descontrolado, como um gato que vê um rato a sua frente. Eu era o rato, como nas histórias que lia nos livros, e abria aquela boca que parecia soltar um liquido verde.
— Lara, precisamos ser rápidos, este monstrinho aqui é o termômetro do que está acontecendo lá em baixo, precisamos extinguir a raça humana, e orgânica o quanto antes.
Pareciam que todos estavam loucos e somente eu estava no juízo perfeito.
— Não! Como assim? Eu não quero me tornar uma robô!
Orlando me explicou que não era simplesmente me tornar uma robô. Eu diferente dos outros seria uma líder em alguma cidade. Enquanto tentava domar aquele bichinho enfurecido. Contava que alguns estava sendo oferecido a utilização da forma híbrida o cérebro para orquestrar o robô, enquanto a imensa maioria foi só utilizada as condições neura cerebrais para trabalhos específicos nas cidades colônias.
— A proposta é boa Lara, eu sou um robô líder, e você também será.
O monstrinho parecia faminto e começou a travar, uma briga com o seu dono que falava, pare! Pare Hollow tome jeito, Pare! Pare! Os robôs em volta ficaram estáticos e começaram a brilhar o olho de modo estranho. O painel, o último pino desceu, sinal que provavelmente Lara era a última humana. O monstrinho mordeu o dedo do Orlando, que tirou o disfarce da mão demonstrando a parte metálica. Orlando não gostando do que aconteceu. Apertou um botão que abriu uma pequena janela de vidro ao chão.
Apertou um botão que abriu uma pequena janela de vidro ao chão
Jogando-o para baixo.
— Não preciso mais de você!
Lara escutou os gritos do monstro e começou ela se apavorar ao o que lhe sucederia a seguir.
O vidro se fechou. Orlando falou:— Você precisa aceitar não posso fazer contrariado a passagem, a sua passagem é diferente do seu marido, preciso do seu consentimento.
Lara, tentava mover-se, mas o que quer que seja que corria em seu corpo era forte o suficiente para tirar-lhe todo o movimento.
— Eu não quero! Eu não posso!
— Como assim não pode?
— Eu não posso, pois estou esperando um filho...
5 - Eva
— Pai é deste modo o movimento?
Quando Eva saia a lugares externos sempre era um problema comportamental que Orlando precisava corrigir para demonstrar o disfarce.
— Olhe para frente! E não esboce reação.
Os robôs olharam de um momento para a menina e o robô Orlando. Averiguando que os movimentos dela eram orquestrados, voltaram ao seu mecânico caminhar.
Orlando virou o rosto e olhou para aquela garotinha e lembrou do dia que teve que tomar uma importante decisão...
— Eu estou grávida.
Orlando ao escutar aquelas palavras, de imediato, desligou os outros robôs presentes.
— Não pode ser! Todas as mulheres são estéreis!
E começou a fazer exames naquela frágil mulher.
— É... Realmente pulsa um coração neste ventre.
E fez movimentos bruscos.
— Mas hoje é o último dia da humanidade. E você precisa fazer a passagem. Não é uma escolha. É a única escolha. Lara, você precisa morrer!
Lara esboça uma lágrima e diz:
— Poupe a vida deste ser que esta dentro de mim.
O Robô, que era uma máquina, tem alguns resquícios estranhos, emoções que deveriam ter sido deletadas ao efetuar a passagem estavam afloradas no presente momento.
— Lara, estes tardígrados precisam morrer, para isto a vida humana precisa morrer também.
Eu posso tentar encapsular esta criança num útero, vaporizável. Que trabalhei de modo experimental. Mas você Lara, ou é você que ser tornar-se ia uma robô. Ou de modo experimental, esta criança. Ambas não posso salvar.
Lara, chorou. E disse:
— Eu não me importo com a minha vida. Poupe a da criança, faça o que é preciso ser feito.
Veio outra injeção. Aquele robô, violando sua própria raça, fez a cirurgia de retirada daquela vida. A última da raça humana, com o feto que era do tamanho de um grão de feijão, fez a transferência para uma cápsula embrionária, Lara observava tudo aquilo anestesiada. E teve um tempo para se despedir.
Após a intervenção.
Lançada para alimentar os tardígrados.
O tempo passou, os animais ferozmente, devastaram o planeta, e invadiram as cidades, em busca de alimento. Aquela criança foi guardada a sete chaves por Orlando, envolta a uma cápsula embrionária, aspergindo uma solução vaporizante, com íons que a tornavam viva naquela seiva. Foram anos de apreensão, tais como uma plantinha que necessitava ser cuidada.
Os anos passaram. Os tardígrados, sem alimentos, se encapsularam aos montes, e foram capturados a uma espécie de rede, pelos robôs.
Mas o estrago estava feito, a humanidade já não existia mais, somente Eva, transitava de modo anônimo entre os robôs.
— Filha, vamos ao cume daquela montanha. Agora o ar já é respirável.
O pai pega a menina e encaixa-a a ele, uma espécie de percursor de vapor, faz com que ele voe. A menina senta na montanha e vê a imensidão da redoma de vidro: A cidade de cápsulas.
— Abra o relógio.
Ela obediente, tira do bolso o relógio única recordação dela, e abre:
Um holograma meticuloso surge, era Lara. Que diz:
— Meu filho, ou filha... Tive que fazer uma importante decisão. A raça humana estava sendo exterminada, por um monstro voraz. Precisei... Fazer uma escolha, entre a minha e a sua vida.
— Se você esta vendo isto, é sinal que o Orlando, cuidou de você. Você é a única humana, então você tem a responsabilidade de ser a representante da vida neste planeta.
E desligou o holograma, com a Lara chorando. Adeus...
A compreensão de Eva estava abalada, sempre ouvira falar de sua mãe, mas agora a própria falava com ela.
— Ela é muito bonita, pai.
— Tem seus olhos, disse ele.
— Filha esta vendo este horizonte...
— Sim Pai...
— Ele precisa voltar a ser habitado, e é você filha, que fará a vida tornar-se a Ele.
Conto original @waldryano na temática: fantasia Steampunk 3500 palavras
Nota: Eu preferi utilizar Robô do que autômato por entender que é mais legível ao grande público.O conceito da cidade descrita no conto Resquícios do conto de Julio Verne: "Un expreso del futuro" ou "An express of the future" foi utilizado como inspiração para o conto.
Blog do Wal |
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