Olá amado e querido leitor, sei que às vezes meus textos encontram pessoas, e sei que por outras vezes são crônicas de um Velho Jovem. Hoje precisava escrever e não poderia ser indiferente ao ato que é uma impressão pessoal que marcou. Nem sei como mas sim, preciso deixar registrado e será Aqui. o título desta crônica que será impressões reais de um acontecimento que ocorreu-me no Sábado dia dois de Julho de 2016 é este:
Descanse em Paz
Estava a finalizar o culto onde participava, era o culto da mocidade e ajudo neste departamento. Quando veio a minha sogra de carro, um garoto veio e avisou. Fui ao carro e ela me falou: -Waldryano, chame um irmão (presbítero da igreja) precisamos ir a casa de uma parente que esta enferma e sua filha pediu aos prantos que fosse um representante da igreja fazer uma oração para ela.
Caro leitor, não se assuste e nem estagne-se ao ler minhas impressões daqui adiante. Entenda que é um relato verdadeiro de um dia da minha vida deixado aqui como registro.
Já nesta casa, com a minha sogra, o irmão presbítero, e eu com a minha Bíblia abaixo do braço, estavam toda a família desta senhora. Estavam reunidos em um churrasco.(Já explico melhor este churrasco)
Entrei e a Senhora estava em um quarto, uma filha em um lado da cama de solteiro e a outra logo ao pé. Ambas choravam. Fiquei por ali, então o irmão começou a falar com os parentes e familiares que estavam bastante apreensivos. (Os que estavam no quarto estavam bastante apreensivos, uns oito familiares desta senhora).
Vale falar um pouco desta senhora antes de narrar os fatos ocorridos logo após.
Uma Senhora magra com o semblante de dor, vi e marcou bastante ela estava com uma espécie de sensor, bastante parecido com um medidor de pressão, que monitorava as batidas do coração através do dedo.
Após em casa minha esposa falou a moléstia dela. Que estava passando por um tratamento paliativo em casa.
Aquela senhora descobriu em janeiro que estava com leucemia. Aquela Senhora estava muito magra uns 35 quilos e estava sentindo dor naquela cama de olhos fechados, escutava o que falávamos, segundo o que nos contou as suas filhas, ela se retorcia naquela cama num silencio agoniante.
Fomos convidados a fazer uma oração para ela, o irmão presbítero iria faze-la , Ele observou que eu estava com a Bíblia e gentilmente pediu para fazer uma leitura bíblica.
Claro que iria fazer, e é claro que seria somente se ele pedisse. E assim o fiz;
O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.
Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.
Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
Lembro me que em outro momento que também fui convidado a visitar um amigo que foi por toda a vida o vizinho presente que também sofria e fiz esta leitura.
Ao orar o irmão fez uma oração com bastante verdade, eu clamava por um bom resultado para aquela mulher que estava sofrendo naquela cama.
No final insistiram para comer o tal churrasco. Para evitar desfeita e desentendimentos comi um pedacinho do contra filé que estava ótimo. Entenda aqui leitores que o churrasco, eu entendi como uma confraternização da família (leia com bom sentido aqui por favor!) não senti em nenhum momento contenda ou desentendimento ou qualquer outro tipo de malícia uma confraternização pois era sábado, e o fato da senhora estar doente já era fato, pois como disse anteriormente já passava por um tratamento paliativo. (Estava desenganada, o médico liberou para 'morrer na casa'.)
As cinco horas do domingo a mulher morreu e foi velada em um centro comunitário.
Sabe leitor, intimo deste relato, eu olhava aquela senhora deitada naquela cama, e imaginava que poderia sim falecer, mas não tão rápido. Se ela escutou minha leitura do Salmos 23, (Esqueci de escrever anteriormente, que fiz pequenos comentários de bom tom sobre um pastor cuidar até os últimos momentos das suas ovelhas) Também não sei se aquela senhora escutou a oração do Presbítero. Só sei que olhava aquela senhora e observei a morte de perto foi uma sensação inexplicável que precisava deixar aqui registrada.
No outro dia Ceia, fui na igreja, ainda pensando neste ocorrido. O presbítero estava bastante triste e fez um comentário que fez me lembrar do Coffey do Livro 'A Espera de um Milagre' O comentário foi o seguinte: -Quando vou nestes lugares de tristeza e sofrimento, parece que um tanto da angustia e sofrimento é tragada à mim. Não foi bem nestas palavras mas ao ouvir ele falar aquilo no púlpito pareceu-me exatamente ao personagem deste livro. Fica aqui o meu Descanse em paz a esta Senhora.
Crônicas de um Velho Jovem
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