8.9.22

Minha vida

 Acordo todos os dias e de todos os dias da minha vida. O meu hoje é necessário. Meu cenário diário é um laboratório, sei, pois aprendi ao observar que é um laboratório, afinal vivo num laboratório, logo, sou um objeto de um laboratório.

Entre um e outro que entram me veem e eu vejo eles é um observar. A mim, não é permitido comunicar, me tiraram esta possibilidade, todavia, posso me comunicar. 


Sei que a minha existência tem um motivo nobre. Mas existo e quero existir enquanto puder. Como posso ser inato a isto?


A colheita.


Me apavora a possibilidade de ser colhido e aproveitável. Eu não queria um fim assim! Consigo olhar ao lado tal como eu, conservados e esperando o momento da colheita. Mas eu tenho consciência! Não quero que seja assim! Neste invólucro, neste espaço vivo. E estou desesperadamente sabendo. Meu fim esta próximo.


***


Doutor, nós tivemos umas atividades cerebrais interessante no invólucro 64. Observe: – Eram taxas que não condiziam com uma amostra genética, afim de reposição. Precisava observar de perto. Ao passear pelo laboratório, as peças aguardando o grande momento. E eu precisava dar aquele confere na minha peça. As condições físicas estavam adequada, e o meu novo corpo estaria na minha frente. O invólucro 64 era o meu. A troca seria feita.



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