Amélia não estava se sentindo bem, mesmo assim precisava viajar, pois a consulta era em uma cidade distante.
Já estava na estação de trem, comprara a passagem e esperava ansiosa a condução que a levaria para seu tratamento de saúde.
Tomou um comprimido, a enxaqueca estava de morrer, fez uma crítica a si mesmo ao pensar o quanto dependente somos de medicamentos, seu marido os tomava todos os dias, mas a dor era insuportável e Amélia queria se ver livre dela, pois a viagem era longa, e a dor incomoda. Finalmente chegou à condução, ela entrou, e sentou.
Ao sentar começou a observar as pessoas ao seu redor, era quase noite.
Tinha um Senhor que demonstrava estar a observando, tinha os seus 60 anos, e um olhar um tanto quanto medonho, Amélia mudou a direção do seu olhar.
Agora ela observava uma senhora estava maltratando um pequeno garoto, Amélia olhou-a e a mulher retribuiu o olhar de modo tempestuoso, pensou Amélia, esta senhora esta maltratando esta criança e ainda recrimina quem a olha com reprovação?
Logo a frente um casal de jovens, A moça possuía os olhos carregados de uma maquiagem que fazia seus olhos parecerem com olhos de um gato preto, o seu namorado, possuía prolongadores que deixava sua orelha bizarra, Amélia desviou o olhar.
Amélia precisava descansar, ficou feliz, pois a enxaqueca estava passando, o desconforto agora se dava somente pelas pessoas que ela teria que conviver pelo período de tempo que a viagem se entendesse.
De repente O trem escureceu, Amélia se viu na total escuridão, pensou: - Estamos passando por um túnel, logo passa. Mas a escuridão a fez pensar nas pessoas que estavam no mesmo vagão.
Amélia sentiu que era um túnel muito longo e a escuridão não cessava. Amélia escutou um abrir de porta, e o balanço do trem a fez desconfiar, alguém andava em meio a escuridão, ela tentava decifrar as respirações, a do velho era ofegante, a da senhora era com pigarra, e a dos jovens silenciosas, Amélia sabia que alguém estava se aproximando, mas não era nenhuma das respirações que outrora escutara. Amélia se encolheu no seu assento na esperança da escuridão passar e aquilo tudo ser um simples mal entendido.
A escuridão não passou.
O desespero tomou conta da Amélia, Ela se levantou do assento e começou a perguntar, alguém sabe como acende a luz?
Ninguém respondeu, ela sabia que a porta ao contrário levava para o outro vagão, ela se apoiando em meio ao breu começou a tentar desesperadamente chegar naquele lugar.
Tropeçava pelos assentos e tentava se comunicar com os seus companheiros do vagão. -Senhora, por favor, me ajude, quero achar uma luz, não gosto desta escuridão, a senhora não respondeu, Amélia logo pensou, a criança que estava com ela seria a primeira a reclamar do escuro, a criança não reclamou e isto fez Amélia entender que era somente ela e aqueles passos que estavam naquele vagão.
Quem quer que seja a pessoa que estava andando, estava se aproximando Amélia desesperadamente tentava chegar ao final do vagão; - Senhor, por favor, me ajude! o Senhor também não respondeu, Amélia sentiu que o que quer que estivesse acontecendo ali era algo fora do seu controle.
Amélia sentia que já deveria ter chegado à porta e isto não aconteceu, Amélia caiu, e de um modo rápido se apoiou pra se levantar, de repente ela viu um feixe de luz vindo de algo como se fosse uma pá, ela sentiu uma dor na têmpora e o sangue rolava na sua testa.
A Senhora apoiou ela no assento e o Senhor veio ver o corte na testa, e disse; -Moça quando for dormir coloque o cinto, pois pode haver uma freada brusca e pode acarretar neste tipo de coisa, os jovens góticos chegaram próximo a ela e observaram que a moça tinha tomado um comprimido pois com a queda ela derrubara a sua bolsa e cairá um frasco estava exposto ao chão. Do que se trata este remédio. Amélia olhou o frasco... Ela trocara o medicamento, deveria ter tomado um analgésico, no entanto, era um remédio controlado do seu marido.
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