Todos os dias me levanto, e saio ao meu cenário habitual, em meio a lápides e placas fúnebres perambulo pelas manhãs e noites.
Eu domino este lugar. Um ou outro até aparecem de vez em quando, porém a minha escuridão e os meus olhos vorazes fazem com que eu seja o dominador deste nicho de localidade.
Mais um velório, eles são rápidos, ficam a observar descer o caixão, as vezes cai uma leve garoa, a propósito, moro perto do mar então chove bastante. Outros momentos há um calor que me faz sair procurar uma sombra.
A noite é a mesma coisa de sempre. Ratos perambulando aqui e ali, e eu pulando os muros e correndo entre o silêncio deste meu quintal.
Meu dono, trabalha bastante, fico sempre observando ele fazer aquelas covas fundas e incansável. Eu passo perto dele e ele me faz um carinho e só.
Vejo suor sair da sua testa. A noite ele dorme igual a um porco, tanta a canseira que lhe faz.
Tantas noites, que vejo mortos entrar neste meu quintal, pena que é rápido, logo, logo, colocam uma tampa, e depois eu passo somente pra beber da água dos vasinhos destas flores abandonadas aqui e ali.
No mais, eu sou o dono do pedaço.
Gato nenhum se atreve aqui, pois eu sou o vagabundo da área e tenho o meu terreiro pra caçar e brincar: — Por que não?
Entre mortos, lápides e placas fúnebres. Vivo a felicidade de um gato vagabundo, que volta para o seu dono só pra dizer : — Tou vivo!
Recadinho do Autor:
Este conto faz parte da minha coletânea de contos infantis que se encontra todos no recanto das letras. Leia procurando no meu perfil.
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