5.3.21

A abelha

 Ele pegou a faca, olhou ao derredor, era o momento ideal para o ato.

Procurou a mais apetitosa, estava oca, logo seria ela.
Olhou novamente em torno, sim viriam
Espalhou os objetos de forma que fosse agradável.
E novamente titubeou com a faca.
Amolou-a mais uma vez.
Era tarde e precisava daquilo para sobreviver.
Cortou-a com a voracidade da pressa.
Uma mulher parou e olhou.
— Gostei desta, pode me dar um pedaço para eu experimentar?
Ele velozmente cortou o pequeno pedaço que a mulher lambuzou os lábios de tão bom, era apetitosa.
O homem nem a percebeu pois, estava distraído com o calor, com a tarde e sequer notou o flerte daquela mulher com grandes volumes, ao executar seu serviço, logo pensou em devassidão com a gulosa.
Ela agradeceu, olhou-o de um modo constrangedor, sentiu desejo, porém não poderia se prolongar, era apenas mais uma cliente.
Chegou outro e outra.
E ela o rodeava de um modo, silencioso.
Ao guardar a barraca, já tinha feito o ganho do dia. Tinha um enxame delas, e nem por isto se importou.
Tentou espantar com o pano de prato,
Ela veio com raiva e o picou. O feirante sentiu a dor do ferrão daquela companheira de feira.



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