28.1.20

A mosca Dentro da Garrafa


A mosca dentro da garrafa

Invariavelmente, todo fenômeno dito sobrenatural é, aos olhos dos homens, bizarro, furtivo e esquivo. Ora, não é preciso se demorar em explicações para fazer entender do que a humanidade é capaz de fazer com conhecimentos novos, e o que realmente a humanidade deseja ao alcançá-lo. Bem, isso seria assunto para bibliotecas de livros, mas esse não é o caso aqui.
O eco que surge além da realidade que conhecem não tem outro escopo que se não os de transferirem de realidade. Não conseguirão, por meios ditos sobrenaturais, uma equação para destruir o inimigo, ou uma super-arma que desmaterialize seus desafetos, ou algo que dê vantagens a um povo em detrimento do outro, ou uma invenção milagrosa que torne um homem rico às custas da pobreza de outros. Esse tipo de desejo pertence a vocês, e a caminhada que propomos é exatamente a inversa disso.
O que chamam de fenômeno sobrenatural é apenas uma experiencia que foge ao seu comum, e por não ser assimilada é colocada à margem. Mas não compreendem que o bizarro ou estranho é justamente a chave para despertá-los. Você não pode transportar alguém para um outro nível de conhecimento ou realidade, usando os mesmos tipos de modos usados na realidade atual.
Se você não instigar, você não move. É preciso haver uma razão para ação, para o abandono da inércia. Se você quer mudar o ritmo da batida do coração ou do andamento da música você deve mudar o ritmo da batida a qual está acostumado, no início, isso gerará confusão.
A mosca na garrafa não consegue sair pelo gargalo, por mais simples que essa ação possa parecer, porque ela acredita na transparência da garrafa, e que se continuar insistindo pelas paredes da mesma, vai conseguir sair. Mas, sabemos que não vai. Para a mosca, não existe gargalo, a liberdade está logo ali, na frente dela, através do vidro que ela ignora, pois, na realidade dela não se tem o conceito de vidro e transparência. Ela tentará aquela ação até o fim de suas forças, e nada a convencerá do contrário.
Para ela começar a ter um vislumbre do gargalo da garrafa, alguém precisará agitar a garrafa, virá-la, balançá-la, corromper o estado normal de repouso em que a garrafa se encontrava. Ou seja, desvirtuar, aos olhos da mosca, tudo aquilo que ela achava certo e seguro. Tirá-la do conforto, literalmente colocar de ponta cabeça a sua realidade, para, só assim, ela perceber outras vias...
Existem métodos assim na psicologia humana, formas de chamar a atenção para outros modos de ver e pensar o mundo. Métodos tão antigos quanto o seu tempo. Pergunte-se às vezes, qual o som das palmas de uma mão só? Como se comportaria o ar soprado pela chama de uma vela? Feche os olhos às vezes, e repita, do que estou realmente consciente agora?
É um método quase idêntico de como mostrar a mosca como sair da garrafa.







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