Escrito por Lucas José
Abri
meus olhos, não me lembro como cheguei neste lugar estranho...
Meu nome? É
Maria Fernanda, só disso que me lembro, não me lembro de mais nada, nem da
minha família, amigos, meus bichinhos de estimação que eu nem sei se tinha...
Minha mãe? Quem era minha mãe? Qual era seu nome? Tantas perguntas e ninguém
para responde-las, tantas pessoas, mas ninguém que possa me ajudar, serei eu,
órfã?
Estou
numa estação de trem, aqui no espaço, como eu vim parar aqui? Pessoas andam de
um lado para outro sem saber para onde ir...
Um
trem chega, o maquinista fala...
-
Chegamos à estação “Porto das Almas”, senhoras e senhores, preparem-se para
embarcar, o trem cósmico da fantasia seguirá viajem para o além...
Eu,
Maria Fernanda, entrei no interior de dentro do trem cósmico da fantasia...
-
Maria Fernanda, 6 anos, eu acho.
-
Crianças vão para o vagão número 1. – Ela disse.
Eu
fui para o vagão número 1 do trem cósmico da fantasia. Eu descobri que há 5
vagões naquele trem cósmico da fantasia. O vagão número 1 era habitado por
crianças de 0 a 10 anos; o segundo vagão era habitado por pré-adolescentes e
adolescentes de 11 a 20 anos, o terceiro vagão era habitado por jovens adultos
de 21 a 30 anos, o quarto vagão era habitado por adultos maduros de 31 a 40
anos, e o quinto vagão era habitado por pessoas mais velhas e idosas de 41 a...
Sei lá, pessoas velhas em geral.
Todas
as crianças estavam sentadas no vagão 1, e usavam cintos de segurança, os bebês
estavam envoltos por um pequeno berço, muito seguro, para protegê-los.
Eu
sentei em meu lugar, e automaticamente um cinto de segurança apareceu para que
eu ficasse bem segura. Eu ficava olhando tudo pela janela. O trem cósmico da
fantasia seguiu a todo vapor rumo ao além...
Uma
moça aparentemente jovem e bela, estava explicando para todas as crianças sobre
o que estava ocorrendo, enquanto nós seguíamos viagem, ela usava uma roupa
branca, muito clara mesmo, reluzente, e seus olhos azuis eram tão puros,
transmitiam amor e segurança, e sua voz era tão doce e terna, meiga e
sorridente, ela parecia um anjo, eu fico me perguntando se ela realmente é um
anjo, porque, talvez suas asas estivessem escondidas sobre a roupa...
-
Minhas doces crianças, estamos viajando sobre o caos, o caos é a confusão, é a
desordem, é um lugar vazio, sem vida, é a escuridão... – Dizia a bela moça.
Eu
fiquei meio assustada quando ela começou a falar, eu olhei em sua roupa branca,
ela usava um crachá com o nome “Celeste”, eu achei o nome muito bonito.
-
Quando Deus criou o universo e tudo o que nele há, o caos estava a sua volta,
Deus era a Ordem em meio ao caos, ao criar o planeta terra, muitos o conhecem
por ser a realidade, o mundo real...
Celeste
explicava como tudo começou, e também disse coisas que eu nunca havia ouvido
falar...
-
Cada ser humano, como sendo imagem e semelhança do Criador, também é criador
por natureza, criando seus próprios universos, como deuses, os humanos tem a
capacidade de criar mundos em suas imaginações, essa característica dos humanos
é algo que nem mesmo os anjos possuem...
Eu
olho pela janela e vejo a extensão do universo, cheio de estrelas,
constelações, nebulosas, auroras boreais, é tudo tão belo e vasto, muitos
mundos para se explorar, a via láctea, a galáxia, a imensidão...
-
Quando um ser humano nasce, também nasce, pelo caos, uma bolha, essa bolha
contém todo um multiverso que por si, contém vários universos que são a
imaginação do ser humano que nasce...
O
trem cósmico da fantasia atravessou um buraco negro, e por dentro daquele
buraco negro, entramos em uma outra realidade, uma realidade além da realidade,
onde há as bolhas que a moça Celeste falava. Eu vi muitas bolhas que flutuavam
pelo espaço obscuro, era lindo, e imaginar que aquelas bolhas eram um universo
de um ser humano, um universo a ser explorado, desvendado, eu acabei de
aprender que cada ser humano é um universo que desconhecemos... Uma bolha, ao
longe, estoura explodindo o multiverso contido naquela bolha, as crianças
ficaram com muito medo!
-
Não se assustem, crianças. – Disse Celeste. – Isso ocorre muitas vezes, isso
acontece quando uma pessoa morre, ou seja, quando uma pessoa deixa a vida, sua
imaginação se desfaz, e a bolha da imaginação daquela pessoa explode!
Nós
entramos em uma das bolhas, surgiu do nada, um buraco negro, parece mais um
portal, o trem cósmico da fantasia atravessou o buraco negro para adentrar
aquela bolha...
-
Nós estamos na bolha 321996... Um multiverso de um ser humano, vamos explorar
um pouco, antes de levarem vocês ao destino final...
Esta
bolha é um universo a ser explorado, quem será o ser humano por trás dela? Eu
vejo os mundos, criações de um ser humano... Criaturas do espaço, seres
imaginários habitavam aquele universo, uma serpente gigante flutuava pelo
espaço, e assustava as crianças...
-
Não fiquem com medo, essas criaturas imaginárias não podem fazer mal para nós,
e nem nos ferir.
A
serpente gigante atravessa o trem cósmico da fantasia como se fosse um
fantasma. Eu vi um mundo de chocolate, queria muito ir pra lá, seria delicioso
viver naquele mundo, as crianças ficaram com água na boca. Outro mundo, um
mundo de diversões, com muitos parques e brinquedos para brincar, as crianças
queriam ir para lá, fiquei admirando um carrossel, queria montar naqueles
cavalinhos, seria muito divertido, eu vi também, um mundo de tecnologia, com
robôs vivos que se controlavam sozinhos, máquinas diversas com vida própria e
muitas outras coisas, mas um mundo que fez muitas crianças chorarem, foi um
mundo de terror cheio de monstros, criaturas horríveis que habitavam aquele
lugar...
-
Que viagem! Empolgante...
Eu
vi um dragão sobrevoando perto de nós, ele cuspiu fogo que atingiu o trem
cósmico da fantasia, todas as crianças pensavam que morreriam queimadas, mas o
fogo não causou nenhum estrago no trem cósmico da fantasia.
-
Não chorem crianças, eu já disse que essas criaturas imaginárias não podem ferir
a gente...
Havia
um mundo cheio de dinossauros, era assustador... Já chegou o disco voador! Um
que passou pelo trem cósmico da fantasia, os alienígenas estavam fazendo alguma
coisa de importante para eles... Eu vi também, o planeta terra, idêntica onde
eu morava...
-
Essa, crianças, é uma réplica imaginária do planeta terra, é um planeta que
mistura a realidade da terra em que vocês conhecem, com a fantasia do ser
humano que a criou, é um mundo de ficção, idealizado pelo humano que a criara
em sua imaginação...
Legal,
um mundo a ser explorado com mistérios a ser desvendado...
-
Nesse planeta há coisas de todo tipo, bruxas, vampiros, fantasmas, zumbis,
múmias, lobisomens, super-heróis, monstros, criaturas para todos os gostos, de
várias formas e tamanhos... Castelos, reinos encantados, mansões, cabanas e
casas assombradas, igrejas e criptas góticas...
Muito
maneiro, pensei, um lugar muito interessante e peculiar. Eu observava tudo pela
janela, um universo cheio de mistérios eu via pelo além, além da realidade... O
trem cósmico da fantasia voltou para o buraco negro atravessando-o, e assim,
saímos daquela bolha, voltando para o caos repleto de bolhas que flutuavam pelo
espaço...
-
Agora voltaremos para levá-los a seu destino... – Disse Celeste.
Atravessamos
o outro buraco negro passando de realidade para realidade, o trem cósmico da
fantasia parou num lugar lindo, colorido, com arco-íris, todas as crianças
ficaram alegres, o portão daquele lugar se abriu, e por dentro eu vi um
ambiente muito reluzente repleto de paz e amor, onde os anjos voavam e as
pessoas não paravam de sorrir, um anjo segurou minha mão e me levou para um
lugar cheio de flores coloridas, onde uma mulher muito linda colhia algumas
flores, ela usava um manto azul e seu véu era do mais puro branco, ela é tão
cândida e exalava o perfume do amor, ela sorriu para mim, um sorriso tão lindo
e terno como o amor de uma mãe... O anjo me levou para outro lugar, onde corria
um rio azul e perto do rio, um homem falava com as pessoas...
-
Deixem vir a mim as crianças... – Ele disse.
As
crianças foram até ele, e eu, Maria Fernanda, também fui...
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