12.4.21

Abdução | Conto




Mamãe rato teve uma grande ninhada, porém uns foram pra lá, outros foram pra cá. Jef e Joe ficaram pela fazenda. Viviam de comer os saborosos milhos secos que por vezes caiam no celeiro. 

A mamãe falou:- O certo é vocês irem desbravar a fazenda. Ficar aqui entocado, não trará para vocês novas aventuras. 

- Mas mãe, disse Joe meio medroso. É tão bom aqui, neste celeiro temos tudo que precisamos, milho, e a companhia dos animais da fazenda! Certo dia na noite escura. Joe e Jef subiram no teto do celeiro. Queriam ver a lua e observar o milharal. Tentar imaginar o mundo além daquele celeiro. 

A lua estava magnífica com a sua beleza exemplar. O céu bastante estrelado. E aquele milharal, a perder de vista. 

- O que será que existe além deste milharal? Disse Jef 
- Muitas aventuras, mas é mais seguro ficar aqui. 

Era tarde da noite, os dois ratinhos já estavam quase dormindo, admirando a paisagem. Em meio a neblina da noite um deles avistou uma grande claridade, que parecia um feixe de luz. Joe viu, porém Jef cochilava. 


- Jef, Jef você viu aquela luz? 
- Hã? O quê? deixa eu dormir, pois está tarde. 

Ao acordarem no outro dia a vida habitual da fazenda continuava. Os ratinhos aqui e ali, ficaram um pouco apreensivos, pois a mãe não aparecia, com este sumiço os dois começaram a sentir uma certa estranheza. 

- Será que alguma ratoeira pegou a mamãe? Perguntavam entre si.Foram dias e dias, sem a mãe aparecer, a agonia tomava conta daqueles irmãos. - Certamente ela foi desbravar o mundo - pensou os inseparáveis irmãos. 

- Joe tinha medo da noite, e Jef sempre preguiçoso. 

Era noite da lua cheia, e novamente subiram para o teto do celeiro.Agora os dois observaram um pequeno fio de luz que saia no meio das nuvens que se formavam por lá. 

- Jef você esta vendo aquilo? Jef levantou as orelhinhas e sentiu um frio na sua pequena espinha. 
- Vamos lá no milharal saber do que se trata. - Joe gritou de medo e disse: 
- Deve ser perigoso! 
- Que nada disse Jef e correu pelas trilhas que pensava conhecer, queria saber do que se tratava o brilho. 
- Eu não vou! disse a Jef. 
- Então fique aí neste lugar olhando eu chegar até lá. 

No alto do celeiro Joe olhava aquele feixe de luz, pequeno, e ficava pensando que o seu irmão estava chegando perto. Deu-lhe medo pois o feixe aumentava. Num grito de desespero, Joe ficou estático, quando viu o feixe sumir. Era ele só agora, não entendia o que estava acontecendo. Primeiro a sua mãe some, logo após o seu irmão. Sua mãe, ele não sabia pra onde foi. Mas Jef, era certeza que aquela luz tinha alguma coisa haver com o seu sumiço. Ficou mais uns dias sem sair de dentro do celeiro. Nas noites para o pobre ratinho eram angustiantes pelo fato de passar acordado. 
Esperava pacientemente que a mãe e o irmão voltassem. Porém nada acontecia. 
A curiosidade era tamanha. - O que acontecia nas madrugadas no meio daquele milharal? De dia entediado e muito preocupado, tomou coragem e foi ver do que se tratava. Ao chegar perto do local onde outrora vira aquela misteriosa luz, encontrou várias bolinhas feitas na terra, parecia que alguém tinha queimado algo. Voltou correndo para o celeiro. A noite era longa e medrosa. Subiu ele de novo no teto do celeiro. Viu a luz. Ele precisava tomar uma decisão e teve que dispor de coragem e ir de encontro daquele feixe iluminado. E foi, chegando perto daquele feixe de uma luz branco e azulada. Quis observar mais de perto. Afinal a única explicação lógica era que Jef tinha sumido por conta daquilo. Ao aproximar-se, sentiu um vento forte que o puxou para dentro daquele feixe. Seu corpo franzino não tinha força. Foi puxado para aquele desconhecido. Mal sabia ele o que iria encontrar.

Conto original ®waldryano 

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