27.9.24

Viagem no Tempo: A Mãe de Hitler – Parte II

Amélia desperta na cama de uma casa simples, mas elegante, com o aroma de madeira antiga. A dor latejante em seu corpo não a deixa esquecer os desafios da travessia temporal. A luz suave do sol austríaco atravessa a janela, e Klara Hitler, seu alvo, está a poucos metros. Tudo o que Amélia precisa é agir rapidamente... mas algo está errado.

Enquanto Klara se aproxima, sorrindo, Amélia percebe algo estranho nos olhos dela. Um sutil reflexo tecnológico brilha em seus íris. Uma sensação desconfortável surge em seu peito: será possível que ela não seja apenas uma mulher comum do século XIX?

De repente, a porta atrás de Klara se abre, revelando uma figura imponente – um homem alto com traços militares, usando um uniforme de época. Ele segura uma arma, mas não é de um tempo conhecido. Amélia reconhece imediatamente a tecnologia de combate futurista que havia estudado no laboratório.

— Você está fora de seu tempo, Sanchez, e não deveria estar aqui. — diz o homem em um alemão perfeito.

O pânico toma conta de Amélia. Como ele conhece seu nome? E mais perturbador: Como ele sabe que ela é uma viajante do tempo?

Ela tenta se levantar, mas percebe que seus músculos estão lentos, como se seu corpo estivesse em um estado de choque pós-transporte. Ela sente a presença de nanomáquinas desestabilizando seu metabolismo, algo que foi programado para acontecer apenas como medida de segurança no seu próprio tempo. Como isso aconteceu no passado?

Klara sorri, observando a confusão de Amélia. — Sabíamos que alguém viria, e estamos preparados. — Sua voz é fria, como se estivesse ciente do futuro. Amélia se vê capturada em uma rede maior do que imaginava.

O futuro não foi alterado pela sua missão. Foi moldado por ela.

Amélia sente um calafrio percorrer sua espinha enquanto a figura masculina coloca a arma futurista na mesa ao lado. — Você veio aqui para impedir Hitler de nascer. Mas sem ele, os eventos que levaram à criação da tecnologia que controla o tempo jamais aconteceriam. Ele é uma peça essencial, um paradoxo que já previmos.

Uma manipulação.

Os cientistas no futuro, incluindo Amélia, estavam apenas seguindo o roteiro planejado por forças superiores, o tempo sendo jogado como um tabuleiro de xadrez. O governo que financiou sua missão sabia que ela falharia.

Mas Amélia, determinada, se recusa a ser apenas uma peça. Ela olha para a foto de Klara, agora com uma nova percepção. A verdadeira missão não é sobre matar Hitler. É sobre subverter o controle que futuros poderes têm sobre a própria linha do tempo.

Klara e o homem saem da sala, deixando Amélia sozinha por um breve momento. Sua mente corre enquanto ela tenta calcular sua próxima jogada. A chave agora não está em matar Hitler, mas em desvendar a trama que manteve a humanidade presa no ciclo de violência e controle tecnológico.

Ao usar o restante de sua força, Amélia localiza seu traje ionizado. Ao tocá-lo, ativa uma função escondida de emergência: um backup mental. Informações sobre eventos futuros e tecnologia oculta começam a surgir. Amélia percebe que possui conhecimento vital que pode subverter não apenas o presente, mas também os que controlam o futuro.

A porta se abre novamente. Amélia não tem mais medo. Ela entende que sua verdadeira missão é mudar o curso não do passado, mas do próprio futuro, um futuro no qual o tempo foi controlado por forças que a usaram como uma peça descartável.

Mas ela é a única que pode romper o ciclo.

Agora, ela precisará escolher: retornar ao seu tempo e confrontar as forças que criaram a missão ou permanecer no passado e tentar de dentro interromper o nascimento da manipulação temporal. O destino da humanidade depende de sua próxima ação.



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