12.4.21

O açougueiro


O cenário, coisa e tal, um açougue em um hipermercado fenomenal
Ele, atende a mais um cliente, ciente que ela vem
Ela entra no hipermercado, iria passear no hortifrute
Os bifes bem cortados, rentes e precisos, a shaila para afiar e o cliente agradar
Ela virá?
Ela passeia na espera, precisa escolher
Ele atende outro cliente, o horizonte da fila, a sua ex não aparecerá?
O corpo da moça pede bons cortes de carne pro final de semana, vou ir lá comprar, meu ex? Somente observar?
O açougueiro corta mais um file, limpa as mãos sujas de sangue no avental
Ela virá?
Felicidade aos clientes, um açougueiro tão prestativo, corta bem as peças
Faz bem o seu papel
Todavia, sofre em esperar a amada
Que outrora o abandonou
Mas a esperança não morre facil, tal qual um boi ao matadouro
Ela veio, ele observou-a de longe, sorriu, limpou o avental, observou que estava bem aplumado, precisava ganhar o seu coração com o olhar e voltar a sonhar
A fila é não é grande três pessoas, os colegas entendiam que ela seria atendida por ele
Ele olha todo esperançoso seria a volta de um grande amor?
— Boa noite, seu açougueiro, um quilo de carret bem fininho igual somente você sabe cortar
— Sorriu? Sim ela sorriu provocou, e ele gostou
— Boa noite senhorita, com certeza vou caprichar
Vai e liga a serra fita
A carne iria cortar
Repito
A carne iria cortar
Um quilo do material seria uns 15 bistecas de meio centimetro cada
Igual ela sempre gostava
Isto era facil acertar
A cada deslize daquela máquina o açougueiro sonhava
Observava
Ela iria gostar?
Ele iria agradar?
O corte se dá rente, os companheiros olham assustado
Era muito perto dos dedos danados
Que o mais experiente
Estava a chegar
Ele? Sonhava acordado
Já estava no oitavo pedaço
Quando alguém por detrás a veio engatar
Os olhos do açougueiro ficaram fixo estáticos, um malandro
Com sua ex veio a ficar
E ela sorria a gostar
Ele seria um estranho qualquer a provocar?
O açougueiro descuidou
Da sua mão o carret escapou
E o dedo lhe veio a amputar
O desespero tomou conta do local
Era algo assustador ou fenomenal?
O pedaço mutilado rolou e caiu nas carnes que moidas seriam pelo outro companheiro
A mulher, colocou a mão na boca
Saiu do local igual uma louca
Nunca que iria imaginar
Que o assanhar algo tão medonho iria provocar
O gerente, competente que só Chegou
um pano branco no vidro colocou
E o açougueiro com ambulância retirou
O açougue, com cloro lavou
E falou:
— Vamos, vamos a meta alcançar
O Buguinho, melhor vai ficar
O açougueiro?
Só, na estatística entrou
Nove dedos nas mãos ficou
E a sua ex, novamente ganhou
De judiação, do que acontecimento ela o fitou
E o amor, daquele casal continuou.



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