30.8.19

A abelha




A abelha




Ele pegou a faca, olhou ao derredor, era o momento ideal para o ato.
Procurou a mais apetitosa, estava oca, logo seria ela.
Olhou novamente em torno, sim viriam
Espalhou os objetos de forma que agradecem.
E novamente titubeou com a faca.
Afiou-a mais uma vez.
Era tarde e precisava daquilo para sobreviver.
Cortou-a com uma voracidade da pressa.
Uma mulher parou e olhou.
— Gostei desta, pode me dar um pedaço para eu experimentar?
Ele velozmente cortou o pequeno pedaço que a mulher lambuzou os lábios de tão bom, era apetitosa.
O homem nem a percebeu, estava distraído com o calor, com a tarde e com aquela mulher com grandes volumes, logo pensava em devassidão com a gulosa.
Ela agradeceu, olhou-o de um modo constrangedor, sentiu desejo, porém não poderia se prolongar, era apenas mais uma cliente.
Chegou outro e outra.
E ela o rodeava de um modo, silencioso.
Ao guardar a barraca, já tinha feito o ganho do dia. Tinha um enxame delas, e nem por isto se importou.
Tentou espantar com o pano de prato,
Ela veio com raiva e o picou. O feirante sentiu a dor do ferrão daquela companheira de feira.


Recebendo a paciente 23456

  Recebendo a paciente 23456 No silêncio mórbido do Abrigo, mais um dia começava. O holograma de recepção ativava seu modo automático de sau...