7.3.23

Replicante

Em um futuro não muito distante, a tecnologia de impressão orgânica 3D havia atingido um nível avançado, permitindo que pessoas famosas e importantes da história fossem replicadas com perfeição em matéria orgânica.

No início, a ideia foi recebida com grande entusiasmo. As possibilidades eram infinitas: pessoas doentes poderiam ser replicadas para receberem órgãos ou tecidos compatíveis sem precisar de doadores; museus poderiam imprimir estátuas de grandes artistas para exibição ao público em escala real; e até mesmo celebridades poderiam replicar seus corpos para manter a forma e a juventude para sempre.


A primeira pessoa a ser replicada foi Leonardo da Vinci. A réplica foi exibida em um museu italiano e se tornou um sucesso instantâneo, levando a réplica de outros grandes nomes como Albert Einstein, Nelson Mandela, Steve Jobs, entre outros.


No entanto, nem todos estavam felizes com essa nova tecnologia. Aqueles que se opunham a ela argumentavam que as réplicas orgânicas eram uma forma de clonagem humana, algo que havia sido banido em todo o mundo. Outros questionavam a ética de criar réplicas de pessoas falecidas, alegando que isso era uma forma de negar a mortalidade humana.


Mas a verdadeira controvérsia surgiu quando as réplicas começaram a ganhar direitos legais. O argumento era que, como eram seres humanos replicados com perfeição, mereciam os mesmos direitos e proteções que os seres humanos originais. O debate se tornou acalorado e muitos países tiveram que criar leis específicas para lidar com a questão.


Com o passar do tempo, a demanda por réplicas humanas aumentou. Pessoas começaram a replicar seus entes queridos falecidos para mantê-los próximos, ou mesmo para tentar trazê-los de volta à vida. As empresas começaram a oferecer serviços de replicação em massa, permitindo que pessoas comuns pudessem imprimir cópias de si mesmas para realizar tarefas mundanas.


O caos se instalou quando uma grande empresa de tecnologia anunciou que havia criado um modelo de negócios para imprimir réplicas de pessoas famosas para uso comercial. A ideia era que as réplicas seriam usadas para promover produtos e serviços, criando uma forma de marketing. Isso levou a uma enxurrada de processos judiciais de celebridades e suas famílias, alegando violação de direitos autorais e uso indevido de suas imagens.


A tecnologia de impressão orgânica 3D havia mudado o mundo de maneiras inimagináveis, mas também havia criado uma série de problemas éticos e legais que a humanidade ainda não estava preparada para enfrentar. A busca pela perfeição da replicação humana havia criado um caos que não podia ser desfeito.

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