27.10.19

Erros frequentes da Língua Portuguesa

Erros frequentes da língua portuguesa 

- Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.

– Cidadão só tem um plural: cidadãos.

– Cincoenta não existe. Escreva sempre cinquenta.

- Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como se fosse gratuito. O certo é gratuito, da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito, etc.

– E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. Escreva e diga sempre rubrica.

– Ninguém diz eu coloro esse desenho. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Para dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.

– Outro verbo danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.

– Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e não em -i. Observe:
Eu quero que ele continue assim.
Efetue essas contas, por favor.
Menino, continue onde estava.

– Custas só se usa na linguagem jurídica para designar ‘despesas feitas no processo’. Portanto, devemos dizer: ” O filho vive à custa do pai“. No singular.

– Não existe a expressão à medida em que. Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.

– O certo é a meu ver e não ao meu ver.

– A princípio significa inicialmente, antes de mais nada. Exemplo: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. Em princípio quer dizer em tese. Ex.: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.

– À-toa, com hífen, é um adjetivo e significa “inútil”, “desprezível”. Exemplo: Esse rapaz é um sujeito à-toa . À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer “a esmo”, “inutilmente”. Ex.: Andava à toa na vida.

– Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: “Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe…“. Mas podemos dizer: “Caso o veja por aí… “.

– Acerca de quer dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.

– Não esqueça: alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.

 – Além pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc.

– Algures é um advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”. Já alhures significa “em outro lugar”.

– Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc. .

– O certo é alto-falante, e não auto-falante.

– O certo é alugam-se casas, e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica para não errar. Nota: esta dica precisa ser confirmada.

- Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc .

– Ancião tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.

– Só use ao invés de para significar ao contrário de, ou seja, com ideia de oposição. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco.
 Ao invés de chorar, ela sorriu.
 Em vez de quer dizer em lugar de . Não tem necessariamente a ideia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).

– Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.

 – Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo.
As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.

– Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho.
O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000.
O Náutico foi hexacampeão em 1968.
O Brasil foi bicampeão em 1962.

– Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias.
A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses.
 Percebeu a diferença?

– Hoje, tanto se diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade no ‘mia’.

– Preste atenção: o senador Luiz Estevão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.

– Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorroidas, etc.

– Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.

– Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen.
 Já cartão-postal exige o tracinho.

– Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português…

– O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc..

– Censo é de recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.

- Coser significa costurar. Cozer é que significa cozinhar.

- O correto é dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de São Paulo e senador de Pernambuco.

– Descriminar é absolver de crime, inocentar.
Discriminar é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto.
Não devemos discriminar os pobres.

– Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia é um substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio.

– A pronúncia certa é disenteria, e não desinteria.

– Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso.
Exemplo: Dez quilos é muito. Dez reais são pouco. Dois gramas são suficientes.

– Cuidado: emergir é vir à tona, vir à superfície. Por exemplo:
O monstro emergiu do lago.
Mas imergir é o contrário: é mergulhar, afundar.
Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.

– A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: enfarte, enfarto e infarto.

– Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias.
Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia.
Portanto, estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.

– E não esqueça: exceção é com ç, e excesso é com dois s.

– Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: falir. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis. Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales… horrível, né?

– Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente a frente , cara a cara, gota a gota, face a face, etc.

– Outra vez, tome cuidado. Quando for ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto, e não duzentas ou trezentas... quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise na grama; a grama está bem crescida.

– É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás… talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente Há muitos anos. Ou muitos anos atrás.
Escolha. Mas não junte o há com atrás.

– Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.

– Atenção: Ele interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vir.

– Item não leva acento. Nem seu plural itens.

– O certo é a libido, feminino. Devo dizer: Minha libido hoje não tá legal.

– Todo mundo gosta de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo.

– Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2º grau. E nunca: os alunos melhor preparados.

– Essa história de mal com l, e mau com u, até já cansou.
É só decorar:
Mal é antônimo de bem, e mau é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.

– Pronuncie máximo, como se houvesse dois s no lugar do x= (mássimo).

- Toda vez que disser “ É meio-dia e meio” você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou seja, meio dia e meia hora.

– Não tenho nada a ver com isso, e não haver com isso.

– Nem um nem outro leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.

– Toda vez que usar o verbo gostar tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Exemplo:
A coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.

– Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: pôde, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de pode, a forma do presente. Então dizemos: Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença?

– Pôr só leva acento quando é verbo: Quero pôr tudo no seu devido lugar. Mas se for preposição, não leva acento: Por qualquer coisa, ele se contenta.

– Fique atento: nunca diga nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril, primeiro de maio. Prevalece o ordinal.

– É chato, pedante ou parece ser errado dizer ‘quando eu vir Maria, darei o recado a ela. Mas esse é o emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo. Se eu vir, quando eu vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu vier, se eu vier.

– Só use quantia para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais.
Era grande a quantidade de animais no meio da pista.

– O prefixo recém sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres.

– Não esqueça: retificar é corrigir, e ratificar é comprovar, reafirmar: ‘Ratifico o que disse e retifico meus erros‘.
– Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse -im. Não tem cabimento outra pronúncia.

– Fique atento: só empregamos São antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo Antônio, Santo Henrique, etc.

– E lembre-se: Seção, com ç, quer dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a seção de esportes. Já sessão, com dois s, significa intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer: A sessão do cinema demorou muito tempo. A sessão espírita terminou.

– Não confunda: senão, juntinho, quer dizer caso contrário. E se não, separado, equivale a se por acaso não. Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?

– Tire esta dúvida: quando só é adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Mas só como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta.

– É comum vermos no rádio e na TV o entrevistado dizer: “O que nos falta são subzídios “. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva subsídio e pronuncie “subssídio”.

– Taxar quer dizer tributar, fixar preço. Tachar é atribuir defeito, acusar.

– E nunca diga: Eu torço para o Flamengo.
Quem torce de verdade, “torce pelo” Corinthians.
( É nois mano, risos).

– Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.

– Um dos que deixa dúvidas. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.

– Veado se escreve com e, e não com i.

– Esse português da gente tem cada uma: tem viagem com g e viajem com j. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa.
Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.

– O prefixo vice sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.

– Geralmente, se usa o x depois da sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc.
Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc.) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch, encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.

– Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.

– Ciclo vicioso não existe. O correto é círculo vicioso.

– E qual a diferença entre achar e encontrar? Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa.
Veja: Achei finalmente o que procurava.
Maria encontrou uma corda debaixo da cama.
Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada.

– Adentro é uma palavra só: Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.

– Não existe adiar para depois. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.

– Afim (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado) equivale a para: Veio logo a fim de me ver bem vestido.

– Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.

– E, por falar nisso, centigrama é palavra masculina: dois centigramas.

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