Erros frequentes da língua portuguesa
- Você não bebe a
champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.
– Cidadão só tem
um plural: cidadãos.
– Cincoenta não
existe. Escreva sempre cinquenta.
- Ainda tem gente
que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como se fosse
gratuito. O certo é gratuito, da mesma forma que pronunciamos intuito,
circuito, fortuito, etc.
– E ainda tem
gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais
forte que as outras. Escreva e diga sempre rubrica.
– Ninguém diz eu
coloro esse desenho. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo
(defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do
presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de
dizer eu abulo. Para dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou
abolir esse preconceito.
– Outro verbo
danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo,
tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então,
para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas
pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais,
computam.
– Outra vez
atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do
singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo
em -e não em -i. Observe:
Eu quero que ele
continue assim.
Efetue essas
contas, por favor.
Menino, continue
onde estava.
– Custas só se usa
na linguagem jurídica para designar ‘despesas feitas no processo’. Portanto,
devemos dizer: ” O filho vive à custa do pai“. No singular.
– Não existe a
expressão à medida em que. Ou se usa à medida que correspondente a à proporção
que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.
– O certo é a meu
ver e não ao meu ver.
– A princípio
significa inicialmente, antes de mais nada. Exemplo: A princípio, gostaria de
dizer que estou bem. Em princípio quer dizer em tese. Ex.: Em princípio, todos
concordaram com minha sugestão.
– À-toa, com
hífen, é um adjetivo e significa “inútil”, “desprezível”. Exemplo: Esse rapaz é
um sujeito à-toa . À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer “a
esmo”, “inutilmente”. Ex.: Andava à toa na vida.
– Com a conjunção
se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: “Se acaso vir meu amigo por
aí, diga-lhe…“. Mas podemos dizer: “Caso o veja por aí… “.
– Acerca de quer
dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas
há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido,
equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.
– Não esqueça:
alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.
– Além pede sempre o hífen: além-mar,
além-fronteiras, etc.
– Algures é um
advérbio de lugar e quer dizer “em algum lugar”. Já alhures significa “em outro
lugar”.
– Mantenha o
timbre fechado do o no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos,
esposos, sogros, polvos, etc. .
– O certo é
alto-falante, e não auto-falante.
– O certo é
alugam-se casas, e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de
empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o
verbo. É a dica para não errar. Nota: esta dica precisa ser confirmada.
- Depois de
ditongo, geralmente se emprega x. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa,
frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc .
– Ancião tem três
plurais: anciãos, anciães, anciões.
– Só use ao invés
de para significar ao contrário de, ou seja, com ideia de oposição. Veja: Ela
gosta de usar preto ao invés de branco.
Ao invés de chorar, ela sorriu.
Em vez de quer dizer em lugar de . Não tem
necessariamente a ideia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar
com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).
– Não existe preço
barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode
ser caro ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor
é alto.
– Ainda se vê muito, principalmente na entrada
das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo.
As duas estão
erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.
– Atenção: nunca
empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre
coladinho.
O Sport se tornou
tetracampeão no ano 2000.
O Náutico foi
hexacampeão em 1968.
O Brasil foi
bicampeão em 1962.
– Veja bem: uma
revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias.
A revista
bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses.
Percebeu a diferença?
– Hoje, tanto se
diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade
no ‘mia’.
– Preste atenção:
o senador Luiz Estevão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado.
Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.
– Existem palavras
que só devem ser empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as
olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os
anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorroidas, etc.
– Pouca gente tem
coragem de usar, mas o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser
um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.
– Cartão de
crédito e cartão de visita não pedem hífen.
Já cartão-postal exige o tracinho.
– Catequese se
escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português…
– O exemplo acima
foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras
primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar:
análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc..
– Censo é de
recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito
com senso crítico.
- Coser significa
costurar. Cozer é que significa cozinhar.
- O correto é
dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de São
Paulo e senador de Pernambuco.
– Descriminar é
absolver de crime, inocentar.
Discriminar é
distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o
aborto.
Não devemos
discriminar os pobres.
– Dia a dia (sem
hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia.
Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia é um
substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente
rica deve ser um tédio.
– A pronúncia
certa é disenteria, e não desinteria.
– Nas expressões é
muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular, sobretudo
quando denota quantidade, distância, peso.
Exemplo: Dez
quilos é muito. Dez reais são pouco. Dois gramas são suficientes.
– Cuidado: emergir
é vir à tona, vir à superfície. Por exemplo:
O monstro emergiu
do lago.
Mas imergir é o
contrário: é mergulhar, afundar.
Veja o exemplo: O navio
imergiu em alto-mar.
– A confusão é
grande, mas se admitem as três grafias: enfarte, enfarto e infarto.
– Outra dúvida:
nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São
Paulo durou dois dias.
Mas a estadia do
navio em Santos só demorou um dia.
Portanto, estada
para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.
– E não esqueça:
exceção é com ç, e excesso é com dois s.
– Lembra-se dos
verbos defectivos? Lá vai mais um: falir. No presente do indicativo só
apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis. Já
pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales… horrível, né?
– Todas as
expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente
a frente , cara a cara, gota a gota, face a face, etc.
– Outra vez, tome
cuidado. Quando for ao supermercado, peça duzentos ou trezentos gramas de
presunto, e não duzentas ou trezentas... quando significa unidade de massa,
grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise na
grama; a grama está bem crescida.
– É frequente se
ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás… talvez
nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá ideia
de passado. Ou se diz simplesmente Há muitos anos. Ou muitos anos atrás.
Escolha. Mas não
junte o há com atrás.
– Cuidado nessa
arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento
gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.
– Atenção: Ele
interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de
vir.
– Item não leva
acento. Nem seu plural itens.
– O certo é a
libido, feminino. Devo dizer: Minha libido hoje não tá legal.
– Todo mundo gosta
de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo.
– Antes de
particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: os
alunos mais bem preparados são os do 2º grau. E nunca: os alunos melhor
preparados.
– Essa história de
mal com l, e mau com u, até já cansou.
É só decorar:
Mal é antônimo de
bem, e mau é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para
tirar a dúvida.
– Pronuncie
máximo, como se houvesse dois s no lugar do x= (mássimo).
- Toda vez que
disser “ É meio-dia e meio” você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou
seja, meio dia e meia hora.
– Não tenho nada a
ver com isso, e não haver com isso.
– Nem um nem outro
leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu.
– Toda vez que
usar o verbo gostar tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição
de. Exemplo:
A coisa de que
mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.
– Ainda tem mais
uma palavra com acento diferencial: pôde, terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de pode, a forma do
presente. Então dizemos: Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode
mais. Percebeu a diferença?
– Pôr só leva
acento quando é verbo: Quero pôr tudo no seu devido lugar. Mas se for
preposição, não leva acento: Por qualquer coisa, ele se contenta.
– Fique atento:
nunca diga nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril,
primeiro de maio. Prevalece o ordinal.
– É chato, pedante
ou parece ser errado dizer ‘quando eu vir Maria, darei o recado a ela. Mas esse
é o emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo. Se eu vir, quando eu
vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu vier,
se eu vier.
– Só use quantia
para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a
quantia de 20 mil reais.
Era grande a
quantidade de animais no meio da pista.
– O prefixo recém
sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como
oxítona: recém-chegado de Londres.
– Não esqueça:
retificar é corrigir, e ratificar é comprovar, reafirmar: ‘Ratifico o que disse
e retifico meus erros‘.
– Quando disser
ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse -im. Não tem cabimento outra
pronúncia.
– Fique atento: só
empregamos São antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João,
São Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo
Antônio, Santo Henrique, etc.
– E lembre-se:
Seção, com ç, quer dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a
seção de esportes. Já sessão, com dois s, significa intervalo de tempo que dura
uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer: A sessão do cinema
demorou muito tempo. A sessão espírita terminou.
– Não confunda:
senão, juntinho, quer dizer caso contrário. E se não, separado, equivale a se
por acaso não. Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu
vou embora. Percebeu a diferença?
– Tire esta
dúvida: quando só é adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou seja,
pode ir para o plural. Mas só como advérbio, quer dizer somente. Aí não se
mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo
os trará de volta.
– É comum vermos
no rádio e na TV o entrevistado dizer: “O que nos falta são subzídios “. Quer
dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva
subsídio e pronuncie “subssídio”.
– Taxar quer dizer
tributar, fixar preço. Tachar é atribuir defeito, acusar.
– E nunca diga: Eu
torço para o Flamengo.
Quem torce de
verdade, “torce pelo” Corinthians.
( É nois mano,
risos).
– Todo mundo tem
dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais.
Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do
eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão
aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com
o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.
– Um dos que deixa
dúvidas. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa
expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: Eu sou um dos que foram
admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio.
– Veado se escreve
com e, e não com i.
– Esse português
da gente tem cada uma: tem viagem com g e viajem com j. Tire a dúvida: viagem é
o substantivo: A viagem foi boa.
Viajem é o verbo:
Caso vocês viajem, levem tudo.
– O prefixo vice
sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador,
vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.
– Geralmente, se
usa o x depois da sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca,
enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc.
Mas cuidado com as
exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher,
etc.) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch, encharcar (de
charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.
– Não adianta
teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.
– Ciclo vicioso
não existe. O correto é círculo vicioso.
– E qual a
diferença entre achar e encontrar? Use achar para definir aquilo que se
procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à
pessoa.
Veja: Achei
finalmente o que procurava.
Maria encontrou
uma corda debaixo da cama.
Jorge achou o gato
dele que fugiu na semana passada.
– Adentro é uma
palavra só: Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.
– Não existe adiar
para depois. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.
– Afim (juntinho)
tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado)
equivale a para: Veio logo a fim de me ver bem vestido.
– Pode parecer
meio estranho, mas pode conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas,
ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.
– E, por falar
nisso, centigrama é palavra masculina: dois centigramas.
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